04 jul, 2020 - 11:01 • Marina Pimentel com redação
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As unidades de rastreio do cancro da mama do Norte estão fechadas desde março, impedindo a viabilização milhares de exames vitais para diagnóstico precoce da doença.
Está em causa a não renovação do acordo entre o Núcleo do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e a Administração Regional de Saúde.
De acordo com o Jornal de Notícias, as 19 unidades de rastreio que a Liga tem na região Norte, no âmbito do Programa de Rasteio do Cancro de Mama, estão prontas a trabalhar. Mas a questão administrativa mantém as portas encerradas desde março.
Em declarações à Renascença, o presidente do núcleo norte da Liga revela que deixaram de poder fazer entre 20 a 30 mil mamografias e estão a pagar a 80 funcionários sem que possam trabalhar.
Vítor Veloso diz que o problema já estaria resolvido a bem da população se houvesse vontade política.
“Isto seria resolvido facilmente. Eu não sou político, mas isto seria resolvido com boa vontade política dos governantes”, diz o responsável.
Vítor Veloso não tem dúvidas de que, com a falta de diagnóstico do cancro não só por causa dos problemas administrativas que tem tido a LPCC mas também pela canalização de meios do SNS para a Covid-19, o país vai perder a boa posição que tinha das estatísticas internacionais.
A mortalidade vai aumentar nos próximos anos.
“Antes do vírus, estávamos numa posição muito simpática a nível europeu, em que tínhamos um índice de cura muito grande, e sobrevivência com grande qualidade de vida para os nossos doentes pode desabar. Creio que essa situação não for resolvida pode-nos atrasar muitos anos, e nos próximos cinco anos a mortalidade vai subir substancialmente”, defendeu Veloso.
Vítor Veloso espera agora conseguir resolver os problemas administrativos que têm impedido a realização de exames de deteção precoce do cancro de mama numa reunião na próxima semana com o secretário de estado da Saúde.