08 jul, 2020 - 09:47 • Lusa
A SOS Amianto, grupo da Quercus, alerta para a falta de fatos e máscaras para a remoção de amianto no mercado nacional, colocando em risco os trabalhos de remoção nas escolas e a segurança dos trabalhadores.
Em comunicado, este grupo diz que fez um levantamento no mercado nacional em matéria de remoção de amianto e constatou que "o fornecimento de máscaras de proteção adaptadas para filtros rosca do tipo P3 e fatos tyvec tipo 5/6, imprescindíveis para a remoção deste tipo de materiais, estão a escassear no mercado nacional".
Estes materiais estarão a ser encaminhados para a proteção dos profissionais de saúde para o combate à covid-19 e outros ficaram retidos na alfândega devido à falta de conformidade Comissão Europeia (CE).
No entendimento do grupo, esta é uma situação preocupante uma vez que o Governo anunciou recentemente a remoção de estruturas de amianto em 578 escolas para o período de pausa escolar.
A SOS Amianto adianta também ter recebido denúncias que relatam que, pela falta de fatos e máscaras de proteção, os técnicos utilizam as proteções durante vários dias consecutivos.
"Desta forma colocam em risco a saúde e segurança dos trabalhadores dado que as fibras de amianto ficam 'agarradas' aos fatos, numa das operações que requer mais rigor nos procedimentos de proteção contra a inalação destas fibras carcinogénicas", alerta o grupo.
A SOS Amianto realça também que em Portugal não existem empresas habilitadas para a remoção de amianto em número suficiente para garantir a intervenção nas 578 escolas nos próximos dois meses e meio, num período em que os equipamentos de proteção individual estão a ser condicionados para responder à pandemia.
"Por este motivo tememos que, para cumprir o calendário, se recorra a empresas sem qualificação e não preparadas para este nível de exigência, não respeitando os critérios de higiene, segurança e saúde necessários para o manuseamento deste tipo de carcinogénico", frisou o grupo da Quercus.
A SOS Amianto lembra que durante oito anos foram removidos coberturas e elementos em fibrocimento em cerca de 200 escolas, o que se traduz numa média anual de apenas 25, sendo dificilmente exequível a remoção de amianto em 578 escolas, em apenas dois meses e meio.