10 jul, 2020 - 15:00 • Eunice Lourenço
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A Direção Geral da Saúde (DGS) considera que os parques infantis devem continuar fechados. Várias câmaras municipais já abriram esses equipamentos ao público, algumas há mais de um mês. Mas, em resposta a uma pergunta escrita da Renascença, a autoridade sanitária vem dizer que os parques para crianças devem estar encerrados. E a mesma ideia foi reforçada pela diretora-geral de saúde, Graça Freitas, na conferencia de imprensa desta sexta-feira.
“Neste momento , não consideramos a abertura de parques infantis uma prioridade, nem nada que se pareça, dado que encerra riscos e não é imprescindível nem à atividade económica, nem à atividade social, nem à atividade lúdica”, respondeu Graças Freitas a uma pergunta da Renascença na conferência de imprensa sobre o que devem fazer as câmaras que decidiram abrir estes equipamentos.
Antes, a Renascença já tinha recebido uma resposta escrita da DGS a dizer que “os parques infantis são locais nos quais o contacto com superfícies comuns é inerente ao fim para o qual se destinam. Estes locais, propiciam ainda o cruzamento entre crianças que circulam entre equipamentos do parque”, considera a DGS na resposta enviada à Renascença.
“Tendo em conta a avaliação de riscos efetuada e os fatores referidos, a Direção-Geral da Saúde considera que, no atual contexto epidémico, os parques infantis devem manter-se encerrados”, concluía a autoridade sanitária.
E Graça Freitas pronunciou-se no mesmo sentido na conferencia de imprensa, ainda que tenha admitido a abertura excecional destes espaços, se forem vigiados e higienizados com frequência. “Pela sua natureza esses parques são habitualmente não vigiados, são de utilização pública, têm equipamentos, mas não têm um concessionário ou uma entidade responsável que permita uma desinfeção regular, a descontaminação e a limpeza desses equipamentos”, começou por dizer a diretora-geral, acrescentando que “esses equipamentos são utilizados por crianças que vem de diversas famílias , de diversos espaços e não conseguem também muitas vezes manter, obviamente, a distância social, até pela característica de serem crianças”.
Por isso, continuou Graças Freitas, “é que não consideramos prioritário, nem de longe nem de perto a abertura de parques infantis, sendo que as crianças têm todo o ar livre para brincar”.
A responsável admitiu, contudo, que possam existir “situações em que excecionalmente estejam abertos”, mas nesse caso tem de estar “garantida a limpeza regular das superfícies - mesmo regular e muito frequente - porque de facto pode haver gotículas que permaneçam nestas superfícies”. Tem também de estar garantido o distanciamento social. “Aí começo a duvidar é que seja um verdadeiro parque infantil: um sítio de lazer e de descontração e de brincadeira”, acrescentou Graça Freitas.
“Neste momento, não sendo um equipamento de abertura prioritária, encerrando alguns riscos, nós decidimos aconselhar que as brincadeiras ocorram ao ar livre em bolhas familiares”, prosseguiu a diretora-geral, lembrando a importância de “crianças do mesmo agregado familiar não se juntarem com crianças de outros agregados familiares porque poderá haver cruzamento de riscos”.
A resolução do Conselho de Ministros publicada no dia 26 de junho determina que os “parques de diversões e parques recreativos e similares para crianças” devem continuar encerrados.
Contudo, várias câmaras já determinaram a abertura dos parques infantis. Por exemplo, a Câmara do Porto, num despacho de 8 de maio, determinou a abertura desses espaços no dia 18 do mesmo mês. E o mesmo aconteceu noutros municípios da Área Metropolitana do Porto.
Em muitos outros municípios, os parques infantis continuam vedados com baias. Também há concelhos, como o de Lisboa, onde a maioria dos parques infantis continuam fechados, mas alguns estão a ser usados por terem sido retiradas as baias e não haver policiamento.
[Notícia atualizada às 23h17]