15 jul, 2020 - 02:13 • Redação
O ex-banqueiro Ricardo Salgado é acusado de vários crimes no âmbito do processo relativo ao colapso do Banco e do Grupo Espírito Santo.
O Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal deduz acusação sobre 25 arguidos, 18 pessoas singulares e 7 coletivas - nacionais e estrangeiras.
Na lista de crimes estão burla qualificada, branqueamento de capitais, associação criminosa, falsificação de documentos, fraude no comércio internacional e desvio de fundos e corrupção ativa e passiva, entre outros.
Em causa, estão prejuízos de 11,8 mil milhões de euros, consequência dos crimes imputados.
A defesa de Ricardo Salgado já reagiu. Em comunicado, garante que o ex-banqueiro não praticou qualquer crime e sublinha que a acusação “falsifica” a história do Banco Espírito Santo. Os advogados asseguram que Salgado não desistirá de se defender até às últimas consequências.
Numa primeira análise à acusação, João Paulo Batalha, da Associação Transparência e Integridade, defende que o processo vai acabar por revelar incapacidade das instituições em prevenir mecanismos de corrupção.
“O processo que se avizinha no julgamento vai ser muito importante no país, não só em termos de julgamento criminal mas, provavelmente, por aquilo que nos vai revelar sobre a incapacidade das nossas instituições políticas e regulatórias em prevenir mecanismos de gigantesca corrupção como esta”, disse.
João Paulo Batalha refere que a “acusação musculada” mostra a confiança do Ministério Público nas provas que recolheu. Para além das questões criminais, vai revelar outras, como “as cumplicidades políticas” que permitiram esta “estrutura de corrupção”.