17 jul, 2020 - 16:23 • Redação
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A ministra da Saúde, Marta Temido, afasta neste momento da pandemia de Covid-19 o fim da lotação máxima de dois terços nos transportes públicos.
A medida foi admitida pelo ministro das Infraestutruras, Pedro Nuno Santos, em entrevista à TSF, mas Marta Temido diz que ainda não estamos na altura de reverter a medida.
“As nossas recomendações conhecem um caráter evolutivo, tendo também em conta as recomendações das organizações internacionais, mas neste momento não vejo motivo para alterarmos aquilo que está definido”, declarou a ministra da Saúde, na conferência de imprensa de balanço da pandemia de Covid-19.
Marta Temido sublinha que, em relação à concentração de pessoas em espaços fechados, as autoridades de saúde têm sido “sempre muito cuidadosas com as decisões”.
“Sabemos que é um dos fatores que aumenta a exposição ao risco. Portanto, sendo um transporte público definido como sendo um espaço onde se acumula um número significativo de pessoas, por regra, e um espaço fechado, de difícil arejamento, esse é sempre um tema que nos suscita a maior preocupação”, afirma a governante.
A ministra da Saúde diz que vários estudos apontam para a ausência de relação direta entre as viagens em transportes públicos e a transmissão da infeção, desde logo porque é muito difícil identificar uma causalidade direta.
“As pessoas que viajam em transportes públicos têm normalmente outros fatores de exposição ao risco, é difícil isolá-los e identificar uma causalidade única, mas há um risco por si só nessa circunstância e temos que ter, nesta fase da pandemia, com um número de casos que precisamos de reduzir, a maior das cautelas na apreciação de quaisquer alternativas”, refere Marta Temido.
Esta é uma posição que choca com a do ministro das Infraestruturas. Em declarações à TSF, Pedro Nuno Santos defendeu o fim do limite para evitar problemas sérios de mobilidade em Lisboa.
“Eu acho que nós temos de equacionar isso, porque de outra forma nós vamos ter problemas sérios de mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa. E a verdade é que nós somos dos poucos países da Europa que faz essa restrição. A maioria das capitais onde há uma intensidade de utilização de transporte urbano muito maior do que em Lisboa não tem essa limitação”, defendeu Pedro Nuno Santos.
Portugal regista 1.682 mortes (mais três que na quinta-feira) e 48.077 casos (mais 312, um aumento de 0,7%) confirmados de infeção com Covid-19, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Portugal contabiliza atualmente um total de 206 surtos ativos de covid-19, anunciou hoje a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência de imprensa regular sobre a evolução da pandemia no país.
“Há a referir que temos 41 surtos ativos no Norte, 13 no Centro, 134 em Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Alentejo e 13 no Algarve. Esta é, genericamente, a caracterização da situação epidemiológica do país”, afirmou a governante, na apresentação do boletim diário das autoridades sanitárias, num somatório que perfaz um total de 206 surtos ativos.
[notícia atualizada às 17h40]