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​Alunos do profissional e artístico na corrida ao ensino superior. Há mais vagas que candidatos

21 jul, 2020 - 15:45 • Fátima Casanova

Nesta nova via de ingresso nos institutos politécnicos e em cinco universidades, inscreveram-se 2.100 alunos. Os exames começaram esta terça-feira e prolongam-se até sexta-feira.

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O Governo criou um regime especial de acesso ao ensino superior para os estudantes dos cursos profissionais e artístico. Existem 2.370 vagas disponíveis, distribuídas por 21 instituições de ensino superior e mais de 450 licenciaturas, são vagas supranumerárias que não retiram disponibilidade ao regime geral de acesso.

Para esta nova via de ensino candidataram-se cerca de 2.100 alunos, um número aquém das vagas disponíveis. Ainda assim, “corresponde às expectativas”, diz à Renascença o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP).

Pedro Dominguinhos salienta que este “concurso foi realizado no espaço de menos de um mês”.

Os exames específicos são realizados por três consórcios que juntam instituições de ensino superior do Norte, Centro, Sul e ilhas.

Estes consórcios integram os politécnicos e cinco universidades: Açores, Algarve, Évora, Madeira e Trás-os-Montes e Alto Douro. Os exames arrancaram esta terça-feira para os mais de 500 alunos da região Centro e terminam, no dia 24, no Norte, onde se inscreveram mil alunos e no Sul e ilhas com mais de 500 alunos.

Para Pedro Dominguinhos, este concurso vem “criar uma maior equidade, maior oportunidade para os estudantes provenientes do ensino profissional poderem aceder às licenciaturas”.

Segundo o presidente do CCISP, esta iniciativa também “irá trazer mais estudantes para as várias zonas do país, inclusivamente para as zonas de menor densidade ou do interior, onde vários estudantes do ensino profissional, de uma forma normal, não prosseguem os seus estudos”.

Exames incidem sobre conhecimentos adquiridos nas vias profissionalizantes

Nas provas que decorrem esta semana, “os alunos vão ser avaliados de acordo com o que aprenderam no ensino profissional”, garante ainda Pedro Dominguinhos, o que não acontecia quando se propunham aos exames nacionais, até agora única porta de entrada, para estudos superiores para quem terminava o ensino secundário.

“Existe um exame comum a todos os estudantes que é Língua e Cultura Portuguesa”, explica o também presidente do Instituto Politécnico de Setúbal.

Para além desta prova, há outros seis exames relacionados com área de estudo de cada aluno, como por exemplo Biologia, Matemática, Economia, Psicologia, História e Cultura das Artes e Matemática Aplicada às Ciências Sociais e Educação.

O resultado das provas tem de ser superior a 95 em 200 pontos, para além da média do secundário e da prova de aptidão pedagógica.

Esta nova via de acesso vem dar seguimento a uma das prioridades definidas pelo Governo, que passa por alargar a base social de acesso ao ensino superior aos alunos que não são provenientes de cursos secundários científico-humanísticos.

De acordo com o Contrato de Legislatura assinado com estas instituições, o objetivo é garantir que, até ao final da legislatura, cerca de 40% dos alunos das vias profissionalizantes acedam ao ensino superior , representando cerca de 10 mil matriculados até 2023.

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