27 jul, 2020 - 08:29 • Marta Grosso com redação e Lusa
Está dominado o incêndio que lavrava desde sábado no concelho de Oleiros, em Castelo Branco. No terreno continuam 868 operacionais, apoiados por 274 veículos e dois meios aéreos, um dos quais está a fazer vigilância para localizar pontos quentes.
Apesar de ter algumas partes ativas, a situação está controlada como indicou à Renascença o oficial de operações da Proteção Civil. Segundo Paulo Santos, “não quer dizer que em alguns locais não possa haver chama ativa.”
Com o baixar das temperaturas durante a noite, o combate ao incêndio que começou em Oleiros (distrito de Castelo Branco) e se alastrou aos concelhos de Proença-a-Nova e Sertã evoluiu de forma favorável. “Os trabalhos durante a noite decorreram de forma muito favorável. Tínhamos duas frentes ativas, neste momento temos uma frente ativa. A segunda frente está praticamente resolvida”, referiu o comandante da Proteção Civil Rui Laranjeira, pouco antes das 8h00 desta segunda-feira.
As autoridades esperam agora que a meteorologia ajude, “durante a manhã e durante o dia”, para que possam “consolidar trabalho feito durante a noite”.
As previsões apontam, contudo, para que o vento se continue a “fazer sentir no teatro de operações”.
A Proteção Civil recusa para já fazer previsões de quando é que o incêndio poderá ficar dominado.
Nesta manhã, não há habitações em risco, sendo que a maioria das pessoas retiradas de casa no domingo já regressaram às habitações.
Este incêndio já fez um morto e sete feridos. No terreno, mantêm-se 880 operacionais apoiados por 275 veículos.
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Começaram nesta segunda-feira as 48 horas de alerta devido às condições meteorológicas que apontam para "significativo agravamento do risco de incêndio rural", segundo decisão dos ministros da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática.
A situação de alerta em todo o território continental vigora entre as zero horas de hoje e as 23h59 de terça-feira, anunciou o Governo no domingo à tarde.
"Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio rural, os ministros da Administração Interna e do Ambiente e Ação Climática determinaram este domingo a Declaração da Situação de Alerta em todo o território do Continente", refere o comunicado do gabinete do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que anunciou isso mesmo numa conferência de imprensa.
"Esta declaração decorre da necessidade de adotar medidas preventivas e especiais de reação face ao risco de incêndio máximo e muito elevado previsto pelo IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] na maioria dos concelhos do continente nos próximos dias", explica a tutela.
No âmbito da declaração da situação de alerta, prevista na Lei de Bases de Proteção Civil, serão implementadas várias medidas, entre elas a "proibição do acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais previamente definidos nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, bem como nos caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que os atravessem".
Fica ainda proibida a realização de queimadas e queimas de sobrantes de exploração bem como a utilização de fogo-de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, bem como "a suspensão das autorizações que tenham sido emitidas nos distritos onde tenha sido declarado o Estado de Alerta Especial de Nível Laranja ou superior pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil".
A declaração de situação de alerta proíbe ainda "trabalhos nos espaços florestais e outros espaços rurais com recurso a qualquer tipo de maquinaria, com exceção dos associados à alimentação de animais e a situações de combate a incêndios rurais".
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No comunicado, o gabinete de Eduardo Cabrita sublinha que a declaração da situação de alerta implica, entre outros aspetos, "a elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte da GNR e da PSP, com reforço de meios para operações de vigilância, fiscalização, patrulhamentos dissuasores de comportamentos e de apoio geral às operações de proteção e socorro que possam vir a ser desencadeadas, considerando-se para o efeito autorizada a interrupção da licença de férias e a suspensão de folgas e períodos de descanso".
A situação de alerta implica ainda "o aumento do grau de prontidão e mobilização de equipas de emergência médica, saúde pública e apoio psicossocial, pelas entidades competentes das áreas da Saúde e da Segurança Social através da respetiva tutela" bem como "a mobilização em permanência das equipas de Sapadores Florestais" e do Corpo Nacional de Agentes Florestais e dos Vigilantes da Natureza que integram o dispositivo de prevenção e combate a incêndios, pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
As equipas de resposta das entidades com especial dever de cooperação nas áreas das comunicações (operadoras de redes fixas e móveis) e energia (transporte e distribuição) veem também aumentado o seu nível de prontidão.
Estão ainda previstas ações de patrulhamento pela GNR e fiscalização aérea através de meios da Força Aérea.
A situação de alerta prevê ainda a dispensa de serviço ou a justificação das faltas dos trabalhadores, do setor público ou privado, que desempenhem cumulativamente as funções de bombeiro voluntário, "salvo aqueles que desempenhem funções em serviço público de prestação de cuidados de saúde em situações de emergência".
A Força Aérea deve disponibilizar os meios aéreos para, em caso de necessidade, estarem operacionais nos locais a determinar pela ANEPC.
A declaração da situação de alerta determina o imediato acionamento do Centro de Coordenação Operacional Nacional e os Centros de Coordenação Operacionais Distritais.