28 jul, 2020 - 15:37 • Redação
O diretor-geral de Alimentação e Veterinária, Fernando Bernardo, demitiu-se esta terça-feira na sequência do incêndio em dois canis ilegais, em Santo Tirso, que provocou a morte a 73 cães e gatos, e das críticas do primeiro-ministro.
A demissão já foi aceite pelo Governo, avançou fonte do Ministério da Agricultura à agência Lusa. "Confirma-se que a pedido do prof. Doutor Fernando Manuel d’Almeida Bernardo, a senhora Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, determinou a sua cessação da comissão de serviço no cargo de diretor-geral de Alimentação e Veterinária”, referiu, sem adiantar mais detalhes, nomeadamente o motivo do pedido de demissão.
Fernando Bernardo deixa o cargo na sequência de críticas do primeiro-ministro, António Costa, durante o debate do Estado da Nação, na última sexta-feira. Estava à frente da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária desde 2016.
Durante o debate do Estado da Nação, o primeiro-ministro mostrou-se chocado com a morte de 73 animais em dois canis de Santo Tirso, na sequência de um incêndio.
Primeiro-ministro chocado com a morte de dezenas d(...)
"Eu não estava cá, mas ouvi o que disse, e bem, aquilo que foi o massacre chocante dos animais em Santo Tirso", afirmou António Costa em resposta ao deputado André Silva, do PAN.
"É absolutamente intolerável o que aconteceu", sublinhou Costa, que aguarda as conclusões das investigações em curso. Na ocasião, o primeiro-ministro defendeu mudanças.
"Quanto à orgânica do Estado: temos de repensar, porque a Direção-Geral de Veterinária não está feita para cuidar de animais de estimação e manifestamente não tem revelado capacidade ou competência de se ajustar à nova realidade legislativa que temos", defendeu o chefe do Governo.
O presidente da Câmara de Santo Tirso anunciou a instauração de um "processo disciplinar ao veterinário municipal com suspensão imediata de funções”, bem como de um "processo interno de averiguações".
O ministro da Administração Interna determinou na segunda-feira a abertura de um inquérito à atuação da GNR e da Proteção Civil no incêndio.
A Procuradoria-Geral da República anunciou, por seu turno, a abertura de um inquérito do Ministério Público (MP) ao caso.
[atualizado às 16h50]