27 jul, 2020 - 15:38 • Ana Rodrigues
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Pelo menos um milhão e meio de idosos portugueses têm um elevado risco de doença severa se forem contagiados com o novo coronavírus. A conclusão é de um estudo realizado por dois investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública.
Em declarações à Renascença, Carla Nunes, uma das autoras do estudo, explica que em causa estão pessoas com doenças crónicas, nomeadamente hipertensão arterial, diabetes, cardio e cerebrovasculares e as doenças pulmonares obstrutivas crónicas.
“O que este estudo revela é que, fruto do padrão que nós temos na população portuguesa, que é uma população envelhecida e com algumas doenças crónicas bastante presentes”, refere a investigadora.
“Sendo estas cinco doenças muito frequentes na população portuguesa e tendo nós uma população envelhecida, estas pessoas poderão ter casos mais graves, quadros mais complexos caso sejam infetadas com a Covid-19”, sublinha.
Nestas declarações à Renascença, a investigadora Carla Nunes diz que é preciso proteger este 1,5 milhões de pessoas mais vulneráveis.
“É um número muito grande, que nos leva a pensar que temos, primeiro, de proteger as populações mais vulneráveis, saber onde estão estas pessoas e quais as formas que temos de as proteger e, segundo, fazer com que a doença seja o mais diluída possível no tempo, até haver outras soluções, tratamentos e vacinas para a doença”, sublinha a co-autora do estudo.
Segundo Carla Nunes, o número de portugueses em risco de doença severa se forem contagiados com o novo coronavírus é preocupante e é na região Norte do país onde se concentra o maior risco
Nesta investigação foram tidos em conta os portugueses com mais de 65 anos que no último Inquérito Nacional de Saúde, realizado em 2014, tinham revelado uma de cinco doenças crónicas habitualmente consideradas um fator de risco para a Covid-19.
Portugal regista 1.719 mortes (mais duas que no domingo) e 50.299 casos (mais 135, um aumento de 0,3%) confirmados de infeção com Covid-19, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Este é o segundo melhor dia, em termos do número de novos casos, desde 11 de maio. Contudo, a tendência de decréscimo à segunda-feira não é recente e pode ser explicada pela redução no número de testes realizados durante o fim de semana. Apenas um em cada quatro laboratórios referenciados pela DGS fazem testes de Covid-19 ao domingo.
Dados divulgados esta segunda-feira, no boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), revelam que há 256 concelhos portugueses com, pelo menos, três casos confirmados de Covid-19.
Sintra (+219), Lisboa (+168), Amadora (+95), Loures (+87) e Odivelas (+87) são os municípios que registam o maior aumento de infeções, desde a última atualização, na passada segunda-feira.
MAPA DA COVID-19