31 jul, 2020 - 15:48 • Inês Rocha
A ministra da Saúde assume que “nenhum sistema de saúde ficou imune à pandemia na capacidade de resposta às patologias não-covid”, para explicar que também o Serviço Nacional de Saúde foi obrigado a dar menos resposta a outras doenças durante os últimos meses.
Em reação à notícia avançada pelo jornal Público, de que, entre março e maio deste ano, houve menos cerca de três milhões de consultas nos centros de saúde do que em 2019, a ministra da Saúde explicou esta sexta-feira que esse valor corresponde ao número de consultas presenciais e não o número total de atos realizados.
O Ministério prefere contabilizar também as 2,8 milhões de consultas dadas à distância neste período. Ou seja, para o Governo, entre março e maio de 2020, foram realizadas menos um milhão de consultas do que habituais 31 milhões de consultas.
“Os profissionais de saúde fizeram muitos atos de saúde através de outros meios que não são típicos nem exclusivos da pandemia e que têm a mesma dignidade”, afirmou Marta Temido, em conferência de imprensa.
Assim, segundo o Governo, "não há divergência" entre os números divulgados no portal da transparência do SNS, entretanto partilhados pela Ordem dos Médicos, e os números do ministério, revelados durante a Comissão Parlamentar de Saúde.
Marta Temido lembrou ainda que o Governo tem em curso um projeto no âmbito da Tele-saúde e que "vai continuar a reforçar essa linha", para evitar os contactos presenciais durante a pandemia.
Para este ano, o ministério da Saúde comprou um número "recorde" de vacinas contra a gripe sazonal - dois milhões de doses. A diretora-geral da Saúde lembrou que o número excecional de vacinas foi conseguido com "grande empenho" mas, ainda assim, é necessário haver critérios na distribuição de vacinas.
Questionada sobre se os professores vão ter prioridade na toma desta vacina, Graça Freitas afirmou que só terão prioridade caso ainda exerçam, tendo idade superior a 65 anos, ou se tiverem comorbilidades que sejam consideradas fatores de risco, já que a vacina é destinada à "população mais vulnerável".
A diretora-geral da Saúde lembra ainda que a grande prioridade na vacinação são os lares de idosos.