02 ago, 2020 - 13:20 • Liliana Monteiro
O julgamento do caso Comandos, em que morreram dois recrutas em 2016, vai realizar-se fora do tradicional edifício do tribunal. As audiências acontecem a partir de 1 de setembro numa sala do Conselho Regional de Lisboa, da Ordem dos Advogados.
O presidente João Massano explica que a Justiça precisa de ser ajudada para que as regras anti-Covid sejam cumpridas e todos se sintam seguros. “Os tribunais devem de ser apoiados, pois não têm condições para assegurar distância de todos os intervenientes nos processos em todas as circunstâncias. Não há salas suficientes em todos os tribunais. O Conselho Regional da Ordem dos Advogados de Lisboa disponibilizou uma sala para este e outros processos que necessitem.”
O mesmo responsável descreve uma sala com capacidade para mais de 30 pessoas, “garantindo distanciamento e higienização das instalações para que todos estejam seguros - temos arejamento, mesas individuais, muitas janelas, higienização das instalações no início e sempre que haja mudança de interveniente”.
O caso dos Comandos envolve 19 militares que respondem por 539 crimes alegadamente cometidos durante o curso, em setembro de 2016, durante o qual morreram dois recrutas.
Dylan da Silva e Hugo Abreu, à data dos factos ambos com 20 anos, morreram e outros instruendos sofreram lesões graves e tiveram de ser internados durante a denominada 'Prova Zero' (primeira prova do curso de Comandos) do 127.º curso de Comandos, que decorreu na região de Alcochete, distrito de Setúbal, a 4 de setembro de 2016.
Os oito oficiais, oito sargentos e três praças, todos militares do Exército do Regimento de Comandos, a maioria instrutores, estão acusados de abuso de autoridade por ofensa à integridade física.