03 ago, 2020 - 14:18 • João Carlos Malta
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No dia em que Portugal registou pela primeira vez zero mortes desde 17 de março, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales quis deixar "claro" que a diminuição as infecções registadas nos últimos dias nada tem a ver com a redução da testagem.
"Na semana que findou ontem, Portugal fez em média mais de 13.600 testes por dia. Não há qualquer orientação para testar menos, até porque a realização de testes a contactos de casos confirmados de covid-19 sempre dependeu e continua a depender da estratificação do risco efectuada pelas autoridades de saúde", afirmou o governante.
O mesmo responsável disse ainda que "a norma mais recente da DGS sobre esta matéria formaliza e normatiza procedimentos que já são realizados pelas autoridades de saúde e em linha com o que é feito e defendido pela OMS".
Lacerda Sales diz ainda que a testagem, sendo uma ferramenta determinante, "se não for acompanhada da realização de inquéritos epidemiológicos céleres, de forma a identificar e isolar contactos, e assim quebrar cadeias de transmissão, torna-se insuficiente". "Estamos a trabalhar em todas estas frentes em conjunto", identificou.
No fim de semana, o "Expresso" noticiou que a nova norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) limita as análises a casos secundários a situações de surto, aglomerados ou coabitantes.
A medida, segundo aquele jornal, ia reduzir número de novas infeções, dando uma imagem “menos catastrofista” do país, e poupar testes para o inverno. A mesma notícia diz que quem teve contacto de alto risco, muito próximo e por mais de 15 minutos com alguém infetado com o novo coronavírus vai deixar de ser necessariamente submetido à análise para determinar se foi contagiado.
Houve críticas para a estratégia que é vista, por alguns, como uma forma de melhorar a percepção internacional em detrimento da propagação da pandemia.
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Mais à frente na conferência de imprensa desta segunda-feira, António Lacerda Sales reiterou que a vontade não é a de testar menos, mas sim "testar com mais critério".
"Queremos até passar os 12 a 13 mil para os 23 a 24 mil testes", disse. Segundo o governante, a nova norma da DGS deixa a decisão da testagem "às autoridades clinicas" .
"A norma veio clarificar muitos dos comportamentos. Estas normais são reajustáveis em relação às evolução da pandemia", clarificou.