07 ago, 2020 - 18:06 • Lusa
O mês de julho passado foi o mais quente em 89 anos, com o valor médio da temperatura máxima do ar a atingir os 33,34ºC, divulgou esta sexta-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Segundo o boletim mensal do IPMA, julho foi um mês "extremamente quente" em Portugal continental, tendo contribuído para que os sete meses do ano (janeiro a julho) fossem os mais quentes desde 1931, com a temperatura média a atingir os 15,96ºC (+1,51ºC do que o normal).
O relatório destaca que em julho houve três ondas de calor: nos dias de 04 a 13 nas regiões do interior Norte e Centro, de 09 a 18 nas regiões do interior Norte, Centro e Sul e de 25 a 31 no interior Norte.
Considera-se uma onda de calor quando, no intervalo de pelo menos seis dias consecutivos, a temperatura máxima do ar numa determinada estação meteorológica é superior em 5ºC ao valor médio diário da temperatura máxima no período de referência.
De acordo com o IPMA, os valores da temperatura do ar em julho foram quase sempre superiores ao normal, com a máxima a ultrapassar, em média, os 35ºC nos dias 5 a 7, 16 e 17 e a mínima a chegar perto dos 20ºC no dia 17.
No final do mês aumentou a área do território continental em seca, com as regiões do Baixo Alentejo e do Algarve a ficarem sob seca moderada, pontualmente severa.
Comparativamente ao final de junho, houve no fim de julho uma "diminuição significativa" da percentagem de água no solo, com os valores a serem inferiores a 20% nas regiões Nordeste, Vale do Tejo, Baixo Alentejo e Algarve.
A quantidade média de chuva no mês passado correspondeu a 30% do valor normal.
Apesar destes indicadores, a maioria do território de Portugal continental estava em julho em seca fraca (71,4%). No restante, estava em seca moderada (19,9%), normal (8,4%) e severa (0,3%).
O mês passado foi ainda marcado por "condições de instabilidade atmosférica" em alguns locais das regiões Centro e Sul, que geraram aguaceiros fortes, por vezes de granizo e acompanhados de trovoada.