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Queda de aeronave. Presidente da Liga do Bombeiros diz que falha mecânica é cenário mais comum

08 ago, 2020 - 17:44 • João Carlos Malta , Beatriz Lopes

Jaime Marta Soares ataca a ideia defendida pelo presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, Duarte Cordeiro. Defende que os canadair são as melhores aeronaves para o combate aos fogos independentemente da orografia.

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O presidente da Liga do Bombeiros, Jaime Marta Soares, defende que acidentes como o que ocorreu com o Canadair no Gerês, este sábado, é muitas vezes determinado por falhas mecânicas e não por falhas humanas.

O presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil questionou, em declarações à Renascença, a eficácia do avião Canadair para o combate a incêndios em condições como as do Parque Nacional Peneda-Gerês. Duarte Caldeira explicou que se trata de uma manobra de extrema complexidade, atendendo à orografia do terreno e ao facto de se tratar de um meio aéreo pesado.

Marta Soares está em completo desacordo. "Esses senhores especialistas não são especialistas do terreno, são especialistas do gabinete, da teoria, de conversa, às vezes de conversa fiada. O 'canadair' é o melhor avião do mundo para o combate aos incêndios florestais, seja na planície, seja na montanha, seja onde for", sustenta o presidente da Liga do Bombeiros. "Onde não for um 'canadair' não vai nenhum outro avião", acrescentou.

Um dos ocupantes do avião Canadair (CL215) que estava a combater a um incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Lindoso, Ponte da Barca, avançou à Renascença Pedro Araújo, comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

A vítima, Jorge Jardim, era o piloto da aeronave, com 65 anos e nacionalidade portuguesa. O homem morreu no local, apesar das tentativas realizadas pelos elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM),

Jaime Marta Soares afirma ainda em declarações à Renascença que os problemas acontecem "quando se está na fase da descarga".

E nesta fase "pode haver muitas falhas mecânicas". "São muitas vezes falhas mecânicas e não humanas, mas ninguém em disse se foi no tempo da descarga ou no tempo de abastecimento", avança.

O mesmo presidente da Liga do Bombeiros, argumenta ainda que se a queda tiver ocorrido no abastecimento "muiitas vezes há uma perda da força do motor, quando vai ganhar altitude".

"Depois já não tem tempo para recuperar",assinala, ao mesmo tempo que consente que primeiro há que deixar ver qual foi a razão deste acidente.

O avião despenhou-se numa área do território espanhol, "a cerca de um, dois quilómetros da fronteira com Portugal", acrescentou a mesma fonte.

O acidente aconteceu pelas 11h16, durante uma operação de reabastecimento. A aeronave, que fazia parte do dispositivo de combate a incêndios florestais do centro de meios aéreos de Castelo Branco, despenhou-se numa zona montanhosa.
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