Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Dois dias depois, reativações dificultam extinção do incêndio no Gerês

10 ago, 2020 - 19:52 • Lusa

Mais de 48 horas depois, fogo em Ponte da Barca ainda não foi dado como dominado. Motivo: as constantes reativações, pela "dificuldade de progressão dos meios no terreno".

A+ / A-

O segundo comandante operacional Distrital de Viana do Castelo disse esta segunda-feira que o incêndio que lavra desde sábado no Lindoso, em Ponte da Barca, ainda está ativo por ter muitas reativações e pela "dificuldade de progressão dos meios no terreno".

"O fogo ainda está ativo porque temos muitas reativações. É um terreno muito difícil para a progressão dos meios apeados progredir e para a consolidação do perímetro do fogo. Por isso, cautelosamente, não queremos dá-lo como dominado. Quando conseguirmos segurar as reativações, aí sim podemos mudar o estado do fogo", explicou Paulo Barreiro.

Num ponto de situação feito à agência Lusa cerca das 18:00, o segundo comandante de Viana do Castelo adiantou que "a frente ativa está a progredir lentamente para uma zona crítica, o rio Cabril, junto à Mata de Cabril, classificada como Área de Proteção Integral, inserida no Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).

"Ainda não entrou e é isso que não queremos. Estamos a fazer todos os esforços para que isso não aconteça", reforçou, destacando o trabalho "extraordinário" dos operacionais que se encontram no terreno, desde os corpos de bombeiros, força especial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, às equipas do Instituto de Conservação da Natureza e floretas e aos sapadores florestais".

"O trabalho de combate a este fogo característico de montanha ainda vai ser muito demorado, árduo, com recurso a equipas apeados, com ferramentas manuais e suporte dos meios aéreos que se vai prolongar-se no tempo. Para o fogo ser completamente debelado, precisávamos da ajuda das condições meteorológicas, com entrada de alguma humidade que permitisse consolidar o rescaldo", realçou.

Esta segunda-feira, os meios aéreos começaram a operar "a partir das 10:30 por causa do nevoeiro que se fazia sentir", sendo que ao longo do dia chegaram a estar empenhadas oito aeronaves.

Cerca das 19:00, e de acordo com a página oficial da ANEPC na Internet, estavam mobilizados seis meios aéreos, 277 operacionais e 79 viaturas.

O fogo deflagrou cerca das 05:00 de sábado, na Galiza.

No domingo, o secretário de Estado da Conservação da Natureza revelou que o incêndio já tinha consumido cerca de 200 hectares, e que os principais esforços de proteção se centram na Mata do Cabril.

"Estamos a fazer tudo para que não chegue à zona de proteção total que é a Mata do Cabril. Aí, sim, temos enormes valores ambientais. É o ‘ex-libris' daquele parque nacional, que é o único que temos", disse no domingo o responsável, em declarações à agência Lusa.

Do lado espanhol, dados da Junta da Galiza apontam para 400 hectares ardidos.

No combate às chamas em Lindoso, no sábado, um piloto português morreu e um piloto espanhol ficou gravemente ferido quando o avião 'Canadair' português em que seguiam se despenhou em território espanhol, a cerca de dois quilómetros da fronteira.

O copiloto do avião 'Canadair' está "estável e fora de perigo", segundo fonte do hospital de Braga.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+