11 ago, 2020 - 18:57 • Lusa
As praias de Carcavelos e São Pedro do Estoril, em Cascais, estão interditadas a banhos, com o hastear da bandeira vermelha após ter sido detetada a presença de ‘Medusa Velella’, avançou a Autoridade Marítima Nacional (AMN) esta terça-feira.
“As entidades envolvidas vão manter a monitorização desta situação e a interdição de ida a banhos será levantada assim que estiverem reunidas todas as condições de segurança”, informou a AMN, em comunicado, adiantando que a ação nestas praias foi articulada entre a delegada de saúde local, o capitão do porto e a Câmara Municipal de Cascais.
A decisão de hastear a bandeira vermelha nas praias de Carcavelos e de São Pedro do Estoril, em Cascais, distrito de Lisboa, foi determinada hoje pelo capitão do porto e comandante-local da Polícia Marítima de Cascais, “após ter sido detetada a presença de ‘Medusa Velella’ nestas praias”.
Neste âmbito, a AMN anunciou que se encontra interditada a ida a banhos nestas praias, “por uma questão de salvaguarda dos banhistas, após ter recebido o alerta para o aparecimento destes organismos pelos nadadores-salvadores destas praias”.
Nos últimos dias, a presença de 'Medusa Velella' foi registada na Praia da Vieira, na Marinha Grande, distrito de Leiria, o que levou também ao hastear da bandeira vermelha e ao desaconselhamento de ida a banhos, medidas que foram levantadas na segunda-feira, depois de dois dias sem deteção de presença de 'Medusa Velella' no mar, informou o comandante da Capitania do Porto da Nazaré.
A situação vai ser reavaliada na segunda-feira.
Sobre a presença de ‘Medusa Velella’, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse hoje que “a espécie Velella velella (Veleiro) está de momento a ocorrer em pequenas quantidades por toda a costa oeste portuguesa, incluindo em algumas ilhas dos Açores”.
Em comunicado, o IPMA explicou que se trata de uma espécie de ocorrência comum e os seus tentáculos são pequenos e ligeiramente urticantes, referindo que é “aconselhável evitar o contacto direto com os mesmos de forma a evitar potenciais reações alérgicas, em caso de maior sensibilidade”.
“Não havendo evidências de queimaduras ou problemas de saúde associados, é considerada inofensiva”, assegurou o instituto.
No entanto, caso os banhistas tenham estado em contacto com as mesmas e tenham sido picados, devem aplicar bandas de gelo e, se possível, bicarbonato de sódio, recomendou o IPMA.
“A informação destas ocorrências é muito importante para o estudo das espécies, e como tal, caso haja alguma reação adversa maior, por favor entre em contacto com o GelAvista”, referiu o instituto, apelando à colaboração de todos os cidadãos com o envio de informação de avistamentos, inclusive data, local, número de organismos e fotografia, através da aplicação ‘online’ ou por correio eletrónico plancton@ipma.pt.
O GelAvista é o programa responsável pela monitorização dos organismos gelatinosos em toda a costa portuguesa, lançado em fevereiro de 2016, com o objetivo de envolver a comunidade no desenvolvimento da ciência, colmatando assim a falta de conhecimento em Portugal sobre os organismos gelatinosos.