12 ago, 2020 - 20:07 • Redação
A associação SOS Racismo recebeu uma ameaça, via e-mail, de um grupo de extrema-direita, em que é dado um prazo de 48 horas para que dez pessoas abandonem Portugal, incluindo dirigentes da organização, duas deputadas do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias, e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.
A informação foi avançada pela RTP e confirmada à Renascença por fonte do Bloco de Esquerda, que adianta que está a elaborar uma queixa ao Ministério Público.
A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o caso. A associação fez uma denúncia, na terça-feira, após ter recebido o e-mail com a ameaça, cerca das 20 horas, confirmou à Renascença José Falcão, dirigente da associação. A PJ esteve na sede da associação esta quarta-feira, no âmbito da investigação.
As ameaças visam também nomes ligados a movimentos antirracistas, antifascistas e sindicais. Jonathan Costa, Danilo Moreira, Rita Osório e Vasco Santos são membros da Frente Unitária Antifascista. Luís Lisboa é membro do Núcleo Antifascista de Guimarães e Melissa Rodrigues membro do Núcleo Antirracista do Porto.
Com data de 11 de agosto, a mensagem de correio eletrónico foi enviada, a partir de um endereço criado num ‘site’ de ‘e-mails’ temporários, para o SOS Racismo e é assinada por “Nova Ordem de Avis – Resistência Nacional”, a mesma designação de um grupo que reclamou, na rede social Facebook, ter realizado, de cara tapada e tochas, uma “vigília em honra das forças de segurança” em frente às instalações da SOS Racismo, em Lisboa, e que um dos dirigentes desta associação, Mamadou Ba, classificou como “terrorismo político”.
Mamadou Ba esteve hoje a prestar declarações na Polícia Judiciária (PJ).
No e-mail recebido pela SOS Racismo pode ler-se o seguinte texto:
“Informe da Nova Ordem de Avis - Resistência Nacional:
- Beatriz Gomes
- Danilo Moreira
- Joacine Katar Moreira
- Mamadou Ba
- Jonathan Costa
- Rita Osório
- Vasco Santos
- Luís Lisboa
- Melissa Rodrigues
- Mariana Mortágua
Informamos que foi atribuído um prazo de 48 horas para os dirigentes antifascistas e anti-racistas incluídos nesta lista, para rescindirem das suas funções políticas e deixarem o território português.
Sendo o prazo ultrapassado, medidas serão tomadas contra estes dirigentes e os seus familiares, de forma a garantir a segurança do povo português. O mês de Agosto será mês da luta contra os traidores da nação e seus apoiantes. O mês de Agosto será o mês do reerguer nacionalista.
NOA-RN”
[Em atualização]