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Ricardo Mexia

Avante é seguro após aumento de casos? "Grandes concentrações de pessoas devem ser evitadas"

13 ago, 2020 - 21:55 • Hugo Monteiro com redação

Numa altura em que a realização da Festa do Avante está a gerar controvérsia, Ricardo Mexia avisa que seria de evitar os eventos que geram grandes concentrações de pessoas. Portugal registou maior número de casos diários desde 16 de julho.

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No dia em que Portugal registou seis mortes e mais 325 novos casos de Covid-19 em 24 horas - um máximo desde 16 de julho - a Associação de Médicos de Saúde Pública alerta que devem ser evitados os eventos com grandes concentrações.

Numa altura em que a realização da Festa do Avante está a gerar controvérsia, Ricardo Mexia avisa que, para reduzir riscos, seria de evitar os eventos que geram grandes concentrações de pessoas.

"As grandes concentrações de pessoas são situações que geram potencialmente eventos de super-disseminação. Face às circunstâncias atuais, na minha perspetiva, julgo que devem ser evitados", afirma Ricardo Mexia, subinhando que "o que pudermos fazer para reduzir os riscos pode e deve ser feito", diz à Renascença.

O especialista nota que os números dos últimos dois dias contrariam o decréscimo nos números a que o país estava a assistir. A aparente tendência de subida no número de infeções preocupa o presidente da associação.

"É prematuro perceber se houve esta inflexão na tendência decrescente, mas independentemente disso, o momento é de tentar conter a situação nas formas que temos ao alcance", considera.

O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública lembra os perigos associados aos eventos de massas.

"É difícil reduzir o contacto próximo. Não é apenas o contexto do próprio evento de massas, é o chegar ao evento, há todo um conjunto de circunstâncias que faz com que este tipo de eventos tenha um risco associado que não pode ser ignorado", afirma.

Horários definidos pelas autarquias? "Espero que haja bom senso"

Esta quinta-feira, o Conselho de Ministros decidiu que a Câmaras Municipais das áreas abrangidas pela declaração de situação de contingência, na Área Metropolitana de Lisboa, passam a definir horários de estabelecimentos comerciais.

Para o responsável da Associação de Médicos de Saúde Pública, esta é uma medida positiva, "que pode permitir uma maior adaptação ao contexto concreto de cada concelho. Sabemos que a situação não tem sido idêntica em todo o lado e pode haver uma maior adaptação", diz.

No entanto, Ricardo Mexia considera que o "risco de deixar essa decisão nas autarquias, sem haver articulação necessária com as autoridades de saúde, é o de haver uma competição por maior liberdade ou maior disponibilidade destes estabelecimentos, o que pode eventualmente gerar uma situação mais preocupante".

O especialista espera "que haja bom senso da parte de todos para minimizarmos o risco de transmissão da doença", diz à Renascença.

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