14 ago, 2020 - 15:22 • Fábio Monteiro
De modo a contar a disseminação no novo coronavírus, Espanha proibiu o ato de fumar na rua e em esplanadas, mas, para já, Portugal não irá atrás. “Neste momento não estamos a pensar adotar medida semelhante”, garantiu a ministra da Saúde Marta Temido, em conferência de imprensa esta sexta-feira.
A medida adotada pelo Governo de Pedro Sánchez ainda é muito recente, frisou a ministra. Em todo o caso, Marta Temido não descarta a possibilidade de poder vir a ser aplicada em solo nacional.
“Vamos acompanhar, analisar com mais profundidade e avaliaremos se é adequado ao nosso contexto. Em qualquer caso, é evidente que fumar é um risco”, disse.
“É evidente que não deixo de secundar as recomendações do meu colega ministro da Saúde de Espanha. Fumar é uma atividade que tem riscos para a saúde e que, portanto, evitável em qualquer contexto”, sublinhou.
Na quarta e quinta-feira, o número de novos casos de doentes com Covid-19 aumentou. Marta Temido hesitou, porém, em afirmar que possamos estar perante uma segunda vaga. “É evidente que estamos a assistir a um crescimento do número de casos, num conjunto de países próximos de nós, designadamente Espanha. Não sei se isso é suficiente para caracterizarmos que estamos perante uma segunda vaga”, disse.
Segundo a ministra, é difícil afirmar que a primeira vaga esteja “terminada”. Apesar da subida de novos casos nos últimos dois dias, o número médio de casos diários (por semana) ronda os 240. “Diria que estamos numa situação de estabilidade”, disse.
A taxa de transmissibilidade (RT) da Covid-19 em Portugal subiu nos últimos dias, situando-se agora acima de um (1). “O último cálculo do Instituto Ricardo Jorge aponta que o mesmo se situe agora ligeiramente acima de 1, em 1,04, para os dias 5 a 9 de agosto. Isto mostra uma ligeira tendência de crescimento à qual estamos naturalmente atentos”, revelou a governante.
Estes resultados aconselham a uma atitude de precaução e manutenção do esforço consistente de todos face àquilo também é a evolução do contexto internacional, apontou.
Esta sexta-feira, o Correio da Manhã noticia um surto com origem num encontro da Opus Dei. Questionado sobre esta situação, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, admitiu existirem no país casos relacionados com atividades religiosas – mas disse não ter números.
“Não consigo precisar o número exato de surtos que acontecerem em atividade de carácter religioso. Existe, ao nível nacional, em particular na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, mas não tenho, de facto, conhecimento”, começou por dizer.
De acordo com Rui Portugal, há “duas ou três situações” na região de Lisboa e Vale do Tejo relacionados com “confissões religiosas de carácter protestante”.