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Graça Freitas sobre surto em Reguengos. “Temos obrigação de ler os relatórios"

17 ago, 2020 - 14:53 • Redação

Secretário de Estado e diretora-geral da Saúde não comentam "matéria que está sob investigação do Ministério Público”. Declarações surgem após entrevista em que a ministra da Segurança Social admitiu que não leu o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto de Covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz.

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O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, garantem que já leram o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto de Covid-19 num lar de Reguengos de Monsaraz.

“O Ministério da Saúde analisa todos os relatórios que lhe chegam. Não comentamos, é matéria que está sob investigação do Ministério Público”, disse esta segunda-feira Lacerda Sales, em conferência de imprensa.

O secretário de Estado afirma que os relatórios e documentos “são sempre bem-vindos para ajudar a melhorar e proteger estas faixas mais vulneráveis”.

Na mesma conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que uma das suas obrigações é ler os relatórios que lhe são enviados.

“Temos obrigação de ler os relatórios que nos chegam e retirar deles os ensinamentos e fazer comentários e acrescentos, porque nenhum relatório é completamente exaustivo e é preciso que se olhe para outros ângulos”, salientou Graça Freitas.

Lacerda Sales e Graça Freitas foram questionados depois de a ministra da Segurança Social, Ana Mendes Godinho, ter admitido, em entrevista ao Expresso, que ainda não tinha lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto de Covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz.

A ministra da Segurança Social admitiu que faltam funcionários nos lares, lembrando que há um programa para colmatar essa falha, mas considerou que a dimensão dos surtos de covid-19 “não é demasiado grande em termos de proporção”.

Ana Mendes Godinho defendeu que não faz sentido falar de casos concretos de surtos de covid-19 em lares e sobre a situação ocorrida em Reguengos de Monsaraz disse que está a decorrer um inquérito por parte do Ministério Público e que é preciso esperar pelas conclusões.

Portugal contabiliza pelo menos 1.779 mortos associados à covid-19 em 54.234 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Dados divulgados esta segunda-feira, no boletim epidemiológico diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), revelam que há 263 concelhos portugueses com, pelo menos, três casos confirmados de Covid-19.

Sintra (+132), Lisboa (+131), Vila do Conde (+80), Vila Franca de Xira (+62) e Amadora (+51) são os municípios que registam o maior aumento de infeções, desde a última atualização, na passada segunda-feira.

Setenta lares com covid-19

Há mais de 700 pessoas com Covid-19 em 70 lares de idosos, entre utentes e funcionários, e 261 lares do Alentejo foram inspecionados.


Os dados foram avançados esta segunda-feira, em conferência de imprensa, pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

“Temos hoje 70 estruturas residenciais para idosos com casos de Covid-19, menos de 3% do universo total, com 542 utentes e 207 funcionários positivos”, adiantou o governante.

António Lacerda Sales sublinha que a situação nos lares continua a ser acompanhada com atenção pelo Ministério da Saúde e a “experiência tem levado a correções e melhorias”.

“Por exemplo, no Alentejo, foram visitados 261 dos 283 lares, tendo sido elaborados relatórios com inconformidades detetadas, estando os serviços a aferir as correções das mesmas”, adiantou.

O secretário de Estado da Saúde refere que estas inspeções acontecem também no resto do país, onde os lares têm recebido equipas mistas das Segurança Social, autoridades de saúde e Proteção Civil para verificação da implementação das medidas.

“O objetivo é proteger esta faixa da população que, não nos podemos esquecer, é mais vulnerável ao vírus e que nos obriga a um dever especial de proteção”, afirma António Lacerda Sales.

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