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Pandemia de Covid-19

Coronavírus. 70% das pessoas imunizadas será “suficiente para criar imunidade de grupo”

24 ago, 2020 - 14:42 • Marta Grosso

Presidente do Instituto Ricardo Jorge apela à vacinação e lembra que Portugal vai realizar mais inquéritos serológicos para compreender a evolução do vírus.

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Ainda é cedo para afirmar quando poderemos atingir a imunidade de grupo perante o novo coronavírus, mas o que se sabe até agora permite afirmar que é necessário que entre 60 a 70% da população esteja imunizada, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

“Em relação a este vírus, acredita-se que entre 60% e 70% das pessoas imunizadas sejam suficientes para provocar imunidade de grupo – ou seja, a partir dessa altura, o vírus não tem mais condições para se transmitir, para se propagar”, respondeu aos jornalistas, durante a conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a situação epidemiológica em Portugal.

“Não estando extinto, deixa de ter condições para” se propagar, reforçou. Fernando Almeida, exemplificando: num “grupo de 10 pessoas onde há três imunizadas, há grande probabilidade de o vírus se transmitir – três pessoas não conseguem impedir. Mas se estiverem sete pessoas imunizadas, já o vírus não tem grandes condições para se transmitir e consideramos que se está a atingir a imunidade de grupo”.

O primeiro inquérito serológico feito em Portugal na sequência da pandemia de Covid-19 não revelou os resultados desejados.

“Há cerca de um mês, o Instituto Ricardo Jorge publicou os resultados preliminares do inquérito serológico nacional e os níveis de anticorpos não eram, de todo, aqueles que ambicionaríamos”, lembrou Fernando Almeida. “Mas estão em linha com o que se passa na Europa e no mundo”, ressalvou.

O presidente do INSA destaca que este estudo piloto foi o primeiro “de mais cinco inquéritos serológicos” que o Instituto irá fazer em 2020 e 2021, “para perceber que tipo de imunidade existe e se é ou não duradoura”.

“Estamos a lidar com este vírus há cerca de cinco, seis meses, o que é muito pouco em termos de investigação científica. Há imensos artigos, mas nem todos são consensuais em relação a esta matéria, por isso é que esta questão dos inquéritos serológicos é muito importante”, explica.

Fernando Almeida aproveitou o momento para falar da vacinação, insistindo que “todos os anos precisamos de ser vacinados para estarmos imunizados”.

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