26 ago, 2020 - 14:22 • Redação
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Isolar as crianças que são retiradas às famílias e vão para instituições, como medida de prevenção por causa da Covid-19, não é abandonar, afirma a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
“Queria deixar uma coisa muito clara: isolar não é abandonar. Uma pessoa isolada não está abandonada. Seja em instituições para crianças, idosos ou em comunidades terapêuticas, este isolamento é para proteger todos os outros que estão dentro das instituições”, disse Graça Freitas, na conferência de imprensa de balanço da pandemia.
A diretora-geral da Saúde argumenta que o isolamento profilático de 14 dias destas crianças que dão entrada em instituições “serve para evitar introdução do vírus numa bolha que está protegida”.
"Temos de balancear bem os riscos: o risco da pessoa que ficando isolado não pode ser abandonada, deve ter o apoio das pessoas que trabalham na instituição, e proteger quem está na instituição. O apelo é para que estas pessoas tenham o máximo de acompanhamento possível".
Na mesma conferência de imprensa, a ministra da Saúde, Marta Temido, reforçou que "isolamento não é abandono" e o que se preconiza é "que as pessoas possam fazer um período de afastamento físico" com todos os "cuidados, acompanhamento e carinho" necessários.
"O carinho tem muito a ver com a expressão física dos afetos, mas impõe-se um conjunto de necessidades de medidas para proteger uns e outros numa fase particularmente vulnerável. Não quero que em momento nenhum, porque isso seria fazer mal à saúde, se confunda isolamento com abandono ou com não prestação de cuidados", sublinha Marta Temido.
As crianças e jovens em perigo que são retirados à família têm de cumprir um isolamento de 14 dias quando são institucionalizados, segundo uma orientação da Direção-Geral de Saúde (DGS).
Além de terem de fazer teste à Covid-19, estes menores têm de entrar sozinhos nas casas de acolhimento.
A Provedoria de Justiça recebeu uma queixa por causa da norma que obriga ao isolamento crianças e jovens institucionalizadas. A Associação AjudAjudar fala numa situação inadmissível e pede novas orientações às autoridades de saúde.
À Renascença, Sónia Rodrigues, da Associação AjudAjudar, fala numa situação inadmissível e pede mudanças. “São crianças, são jovens… e precisam de situações de convívio. Estão numa situação de desproteção social e quando são retirados às suas famílias é porque existiram situações muito problemáticas – estão numa situação de fragilidade - e precisam de outro tipo de orientações”, sublinha.
Portugal registou mais duas mortes e 362 casos de Covid-19, indica o boletim epidemiológico revelado esta quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS). É o maior número de novas infeções desde 15 de julho.
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