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Ryanair. Cartas de rescisão dos tripulantes estão a ser devolvidas em Portugal

28 ago, 2020 - 08:59 • Lusa

Em causa estão as rescisões por justa causa dos tripulantes que rejeitaram a integração nos quadros da companhia, com remunerações base abaixo do salário mínimo nacional.

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As cartas que os tripulantes da Ryanair enviaram para rescindir por justa causa com a Crewlink Portugal foram devolvidas, ao contrário do que sucedeu na Irlanda.

De acordo com várias cartas enviadas por tripulantes da Ryanair à Crewlink Portugal, a empresa de trabalho temporário que tem como único cliente a Ryanair, a que a Lusa teve acesso, as mesmas estão a ser devolvidas com as indicações de "Encerrado" e "Sem recetáculo postal" assinaladas pelo carteiro.

A agência Lusa constatou no local que o edifício, situado na rua Julião Quintinha, na freguesia de Benfica, em Lisboa, aparenta estar vazio, sendo ainda visíveis resquícios de ocupação pela GroundLink, uma empresa de operações em terra ('handling') que também prestou serviços à Ryanair ao longo dos últimos anos, cujas marcas do logótipo, na entrada, ainda são visíveis.

Em causa estão as rescisões por justa causa dos tripulantes da Ryanair (funcionários da Crewlink) que rejeitaram a integração nos quadros da companhia irlandesa com remunerações base abaixo do salário mínimo nacional.

Em caso de recusa da proposta da Ryanair, foram dados dois a três dias aos tripulantes para escolherem uma base da sua preferência no Reino Unido ou Irlanda para começarem a trabalhar em 1 de setembro mas, no caso de não terem escolhido nenhuma, a Crewlink escolheu uma com base nas suas necessidades operacionais.

Na quarta-feira, a Crewlink disse à Lusa que ofereceu aos trabalhadores "transferências para outras bases europeias para proteger os seus salários e continuação do emprego" estando "a fazer o melhor para manter as pessoas empregadas, em circunstâncias onde não há posições em Portugal".

O dirigente do Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) Diogo Dias disse à Lusa, em 12 de agosto, que "todos os tripulantes" que recusaram a proposta "estão a resolver com justa causa o contrato, depois desta transferência que lhes está a ser oferecida", adiantando que irão avançar "com um processo coletivo contra a empresa não só para a reintegração na empresa Ryanair", como também serão pedidos "os créditos laborais, como por exemplo o subsídio de Natal e o subsídio de férias".

Confrontado acerca da situação da devolução das cartas, o dirigente do SNPVAC acrescentou que tem conhecimento de "todas" as cartas enviadas para a Crewlink Portugal estarem a ser devolvidas, num total de 17, referentes a trabalhadores das bases de Ponta Delgada e Lisboa.

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