26 ago, 2020 - 14:27 • Marta Grosso
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O índice de transmissão da Covid-19 está agora em um, anunciou nesta quarta-feira a ministra da Saúde, durante a conferência de imprensa sobre a situação epidemiológica do país.
“O RT, segundo o Instituto Ricardo Jorge, em colaboração com as Faculdade de Ciências de Lisboa e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, é agora de 1 para os dias 17 a 21 de agosto”, anunciou Marta Temido.
Significa isto “um ligeiro decréscimo face ao valor anterior, que era ligeiramente acima de 1”, acrescentou.
Ou seja, “estamos, para estes dias de 17 a 21 de agosto, com cerca de 237 novos casos por dia”, o que revela “uma trajetória de subida que foi interrompida no início de agosto e está agora numa tendência constante”, segundo os especialistas, afirmou a ministra.
No mesmo período, a média de novos casos distribuiu-se da seguinte maneira:
Face à evolução das últimas 24 horas, nesta altura, “a taxa de incidência [da doença] para os últimos sete dias é agora de 15,3 novos casos por 100 mil habitantes e, a 14 dias, de 29,7 novos casos por 100 mil habitantes”, adiantou ainda Marta Temido.
A ministra da Saúde considera que o elevado número de novos casos que o boletim desta quarta-feira divulga pode estar relacionado com os surtos que têm sido transmitidos na comunicação social, nomeadamente em Santarém e em Setúbal.
“O número de hoje, como se vê, está acima daquilo que têm sido os números dos últimos dias, o que poderá significar algum atraso nos registos dos últimos dias, que estavam artificialmente mais baixos”, estando relacionados “com os surtos”.
De acordo com a informação que as estruturas regionais de saúde têm enviado à Direção-Geral de Saúde (DGS), existem neste momento 154 surtos ativos, avançou Marta Temido.
São:
Olhando para os números acumulados até hoje no âmbito da pandemia em Portugal, a ministra avançou ainda que, “de todos as pessoas infetadas, há 73,2% que já recuperaram, 23% que estão em casa, uma minoria – 0,6% – que foram hospitalizadas e verificaram-se óbitos, que representam 3,2% daquilo que é a distribuição percentual até à data”.
Esperamos que os números “se esbatam nos próximos dias”, terminou, não sem antes sublinhar “a fragilidade daquilo que são as nossas conquistas”.
“Temos tido uma situação epidemiológica que tem sido acomodável sob ponto de vista da resposta do sistema de saúde português, concretamente do SNS, que decorre de um esforço tremendo de profissionais de saúde e de um conjunto de outras estruturas, designadamente sociais, autárquicas, proteção civil e vários organismos da sociedade civil e temos a obrigação de manter comportamentos que honrem e respeitem este esforço e trabalho que por todos tem sido desenvolvido”, defendeu Marta Temido.