30 ago, 2020 - 15:59 • Lusa
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Mais de 40 comerciantes da zona envolvente à Quinta da Atalaia, na freguesia de Amora, Seixal, vão encerrar os seus estabelecimentos durante a Festa do Avante!, por “precaução” e para “mitigar o risco” de contágio pelo novo coronavírus.
Em declarações à agência Lusa este domingo, Maria Carvalho, responsável pela cozinha do Restaurante Rota dos Petiscos Terra e Mar, estabelecimento que deu início ao “movimento”, afirmou hoje ter apelado ao “bom senso dos comerciantes para que encerrassem portas”, entre 04 e 06 de setembro, dias em que decorre a 44.ª edição da Festa do Avante!.
“Prefiro fechar três dias, ainda que com sacrifício, do que fechar três semanas”, sustentou Maria Carvalho, acrescentando que a “movimentação de pessoas durante 'o Avante!' envolve toda a freguesia de Amora, e não apenas a Quinta da Atalaia”, onde decorre o evento anual organizado pelo PCP.
Por precaução e para “mitigar o risco” de contágio pelo novo coronavírus, Maria Carvalho avançou que são já mais de 40, os comerciantes que vão encerrar os seus estabelecimentos, entre os quais agências imobiliárias, oficinas de automóveis, cabeleireiros, ginásios, restaurantes e pastelarias.
“Esta decisão não tem nenhuma conotação político-partidária. Não tenho nada contra a Festa do Avante”, assegurou a cozinheira, que, juntamente com os filhos, marido e noras, gere o Restaurante Rota dos Petiscos Terra e Mar, e que optou por "salvaguardar a família".
À Lusa, Maria Carvalho afirmou ainda que são também “vários os moradores” de Amora, no concelho de Seixal, distrito de Setúbal, que ponderam sair de casa durante os dias da Festa do Avante! por não quererem "correr riscos de saúde pública".
Devido à pandemia da covid-19, a 44.ª edição da Festa do Avante!, que se realiza de 04 a 06 de setembro, conta este ano com um terço da lotação (33 mil pessoas).
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 843 mil mortos e infetou mais de 25 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.819 pessoas das 57.768 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.