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Urgência pediátrica do hospital de Évora "em risco" de fechar, diz sindicato

31 ago, 2020 - 14:12 • Lusa

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul diz que o serviço de pediatria do hospital de Évora “conta atualmente com seis médicos pediatras, dos quais apenas três realizam trabalho noturno, por questões de limites de idade legalmente previstos, o que faz com que nem o recurso a trabalho extraordinário” seja “suficiente para assegurar a escala de urgência”.

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O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) alertou, esta segunda-feira, que a urgência pediátrica do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) está “em risco de encerrar por falta de médicos”, já a partir desta terça-feira.

“O Serviço de Urgência de Pediatria (SUP) do HESE atravessa uma grave carência de médicos pediatras, o que põe em risco o seu funcionamento, já a partir do próximo dia 1 de setembro”, pode ler-se no comunicado divulgado pelo sindicato.

Segundo o SMZS, este serviço do hospital de Évora “conta atualmente com seis médicos pediatras, dos quais apenas três realizam trabalho noturno, por questões de limites de idade legalmente previstos, o que faz com que nem o recurso a trabalho extraordinário” seja “suficiente para assegurar a escala de urgência”.

“Esta situação arrasta-se há vários anos”, frisou a estrutura sindical, indicando que os médicos têm sinalizado a sua preocupação junto do conselho de administração do HESE e da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, mas “estas estruturas gestoras deixaram deteriorar a situação”.

O SMZS referiu que a administração do HESE, “em vez de procurar soluções, pressiona os médicos para que preencham as escalas de urgência, mesmo não cumprindo as recomendações mínimas de segurança”, as quais “exigem dois médicos especialistas em presença física”.

“Desde o início da pandemia” de covid-19, indicou, o conselho de administração “determinou que o horário semanal destes seis médicos fosse maioritária ou integralmente cumprido em urgência, com prejuízo da restante atividade assistencial em consulta e internamento”.

Esta situação “tem comprometido o acesso das crianças aos cuidados necessários nestes últimos seis meses” e “torna-se particularmente insustentável tendo em conta o acréscimo de afluência expectável no inverno e a necessidade imperiosa de retomar a ‘normal’ atividade assistencial”, pode ler-se.

“Com o adiamento e a suspensão de consultas e exames, tem-se assistido a um preocupante aumento de patologias graves”, alegou o sindicato, exigindo do HESE e do Ministério das Saúde “a adoção imediata de soluções que assegurem os cuidados e a segurança das crianças e as condições de trabalho dos médicos”.

Também o grupo parlamentar do PCP questionou o Ministério da Saúde sobre “a falta de médicos no serviço de Pediatria do HESE e as implicações desta situação na prestação de cuidados de saúde pediátricos em toda a região Alentejo, com especial preocupação para a possibilidade de deixar de ser assegurado o serviço de urgência pediátrica já em setembro”.

Em comunicado enviado hoje pela Direção da Organização Regional de Évora (DOREV) do PCP, os comunistas consideram urgente tomar medidas que evitem o comprometimento das consultas, do internamento e do serviço de urgência pediátrica, o que obrigaria à deslocação de utentes e famílias do Alentejo para os hospitais da região de Lisboa.

“É ainda mais importante que o problema de fundo – a falta de renovação e rejuvenescimento do corpo clínico do serviço de pediatria do HESE – seja efetivamente ultrapassado com a criação de condições para a fixação de profissionais e a sua integração nos quadros” do hospital, defendeu o PCP.

A propósito deste assunto, a Lusa contactou hoje o HESE, mas ainda não foi possível obter qualquer esclarecimento.

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