01 set, 2020 - 15:04 • Cristina Nascimento com Lusa
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A Fenprof responsabilizou o Ministério da Educação pela abertura do ano escolar, em regime presencial, sem alegadamente ter assegurado as condições de segurança sanitária necessárias nos estabelecimentos de ensino.
"As condições que se exigem para uma abertura das escolas não foram criadas", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, numa sessão na Escola Básica do 1.º Ciclo Solum Sul, em Coimbra, com a presença de professores e jornalistas.
Para Mário Nogueira, "o ensino presencial é essencial" para devolver alguma normalidade às escolas, já que "o ensino remoto, outra vez, seria trágico" para alunos, professores e pessoal auxiliar.
Face à pandemia da Covid-19 e ao risco de contágio das pessoas pelo novo coronavírus, o início das atividades letivas, entre os dias 14 e 17, deveria ser acompanhado de "medidas rigorosas que garantam que essa possibilidade é reduzida ao máximo", defendeu em declarações aos jornalistas no final da iniciativa com que a Federação Nacional de Professores assinalou a abertura do ano escolar.
"O Governo perdeu dois meses, julho e agosto, para poder melhorar" as medidas sanitárias, cumprindo as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), criticou o dirigente sindical.
Algumas dessas medidas "não cumprem as normas da DGS", adiantou.
Mário Nogueira voltou a defender, por exemplo, que o Ministério da Educação deveria ter efetuado "um rastreio à covid-19 a toda a comunidade escolar".
Nesse rastreio, "prévio ao início das atividades letivas", caberia ao Governo "articular com os municípios a sua realização", de acordo com o "Plano para a abertura segura do ano letivo 2020-2021 em regime presencial", proposto pelo secretariado nacional da Fenprof, no dia 30 de julho.
"Não há rastreio, não há distanciamento, não há pequenos grupos de alunos e também falta pessoal. O Ministério da Educação esteve dois meses a dormir", acusou.
Mário Nogueira disse que, na sexta-feira, a Fenprof "voltou a pedir" uma reunião com o Ministério para analisar estes problemas, depois de nos últimos meses ter feito várias vezes a mesma solicitação sem sucesso.
Idêntico pedido foi dirigido à DGS, por oito vezes, mas a organização não obteve resposta, lamentou.
“Por oito vezes enviamos à senhora diretora-Geral da Saúde um pedido de reunião para tentarmos saber se a DGS validava as orientações do Ministério da Educação por uma razão muito simples: as orientações do Ministério da Educação não estão de acordo com as medidas de prevenção para as escolas que a DGS tem no seu site”, explicou Mário Nogueira, acrescentando que “nem resposta” receberam.
O dirigente sindical garante que um dos pedidos foi feito presencialmente nas instalações da DGS. “Foi-nos dito que a senhora diretora não estava, mas que iria agendar reunião… até hoje”, rematou.