04 set, 2020 - 14:20 • Lusa
Cerca de 400 profissionais vão integrar as Brigadas de Intervenção Rápida que deverão começar a funcionar este mês para dar apoio imediato a lares atingidos por surtos de covid-19, anunciou esta sexta-feira a ministra da Segurança Social.
Cada distrito terá uma brigada que será composta por uma equipa multidisciplinar. “Serão 18 brigadas nos 18 distritos do país com cerca de 400 pessoas. As brigadas vão ter médicos, enfermeiros, psicólogos e auxiliares de técnicos de lares”, explicou em declarações à agência Lusa a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
O objetivo das brigadas é garantir que há uma resposta “pronta a intervir” quando as instituições ficam sem pessoal devido a surtos graves de covid, acrescentou a ministra à margem da assinatura do protocolo de criação das brigadas celebrado hoje entre o Instituto da Segurança Social (ISS) e a Cruz Vermelha Portuguesa.
Segundo a ministra, as 18 brigadas terão diferentes dimensões em função dos distritos e do número de instituições que exista em cada região.
“É um instrumento novo para procurar antecipar e reforçar a capacidade para estarmos preparados para o outono", disse, acrescentando que “o objetivo é estas brigadas entrarem em funcionamento ainda este mês”.
Sobre a possibilidade de aumentar os elementos das equipas, Ana Mendes Godinho disse apenas que será feita uma avaliação sistemática "à dimensão em função das necessidades”.
“Vão ser dias muito duros, muito exigentes”, reconheceu por seu turno o presidente do ISS, Rui Fiolhais, acrescentando que “em cada distrito haverá, pelo menos, um médico” das brigadas.
Apoio psicossocial, auxiliares de ação direta, auxiliares de geriatria e de limpeza serão outros dos profissionais presentes nas brigadas que vão estar prontas a agir.
Este projeto pretende “garantir que não chegamos tarde onde temos de chegar cedo”, acrescentou Rui Fiolhais, lembrando que estas equipas são apenas mais um instrumento de apoio aos lares preparadas para responder a novos surtos, como os que aconteceram em Reguengos de Monsaraz ou no Barreiro.
Questionada pela Lusa sobre o relatório de Reguengos de Monsaraz, a ministra disse apenas que “a Segurança Social tem estado a acompanhar em permanência a situação e a adotar todas as medidas necessárias que ao acompanhamento quer fiscalização”.
“Neste momento estão a decorrer visitas conjuntas entre a Saúde e a Segurança Social para verificação da implementação dos planos de contingência e dos recursos humanos para fazer face ao momento que vivemos”, recordou.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 869.718 mortos e infetou mais de 26,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.833 pessoas das 59.457 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.