Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Ministro invoca independência de agência que acreditou curso de Medicina da Católica

04 set, 2020 - 18:09 • Lusa

As aulas de Medicina na Universidade Católica deverão começar em setembro de 2021.

A+ / A-

O ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu esta sexta-feira que a agência que acreditou o curso de Medicina da Universidade Católica "é muito independente", abstendo-se de comentar a cedência a pressões políticas invocada por escolas e Ordem dos Médicos.

Numa breve declaração à agência Lusa, Manuel Heitor disse que não comentava as críticas feitas na quarta-feira pelo Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, e secundadas pela Ordem dos Médicos, optando por assinalar que a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), que autorizou o curso de mestrado integrado de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, "é muito independente".

Na quarta-feira, o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), que agrega representantes de oito instituições públicas, lamentou a aprovação do curso de Medicina da Universidade Católica, entidade privada, alegando que houve cedência "a forte pressão de agentes políticos".

Para o CEMP, "a forte pressão exercida por vários agentes políticos, ao mais alto nível (...), terá sido, seguramente, a razão principal da tomada de decisão".

No mesmo dia, a Ordem dos Médicos advogou que a acreditação do curso de Medicina da Universidade Católica Portuguesa revela que a "esfera política prevaleceu sobre a esfera técnica", alertando para problemas que "colocam em causa a qualidade do curso".

Na quinta-feira, a Plataforma para a Formação Médica - que reúne a CEMP, Ordem dos Médicos e Associação Nacional de Estudantes de Medicina - alegou que houve "pressão política" e que pode ficar ameaçada a qualidade da formação médica e os cuidados de saúde à população.

A decisão da A3ES, conhecida na terça-feira, surge poucos meses depois de o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior permitir às universidades públicas que aumentassem o número de vagas para a formação de médicos, mal tal não aconteceu.

Em julho, em declarações à Lusa, depois de divulgados os dados do concurso nacional de acesso ao ensino superior público para 2020-2021, o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, considerou que a manutenção do número de vagas para os cursos de Medicina tornava clara a necessidade de disponibilizar o ensino desta área noutras instituições, públicas ou privadas.

A ministra da Saúde, Marta Temido, sustentou na quarta-feira que a aprovação do curso de Medicina na Universidade Católica Portuguesa vai dar a muitos portugueses, que de outra forma estudariam no estrangeiro, a oportunidade de se formarem em Portugal.

As aulas de Medicina na Universidade Católica deverão começar em setembro de 2021.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+