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Contabilistas pressionados para passar declarações falsas. Queixas chegam à Justiça em breve

11 set, 2020 - 22:49 • Pedro Mesquita , Cristina Nascimento

Bastonária diz há “dois tipos de pressão”, por um lado, “pressão para alterar resultados” e, por outro lado, “pressão para passarem as declarações que testam a quebra de faturação dos 40%”.

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A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, garante que as queixas sobre contabilistas pressionados para passar declarações falsas vão chegar ao Ministério Público na próxima semana.

“Temos tudo terminado, só precisa de ser validado pelo conselho diretivo e em princípio seguirá no princípio da próxima semana”, explicou Paula Franco.

Em causa está a alegada informação que agentes bancários divulgam junto de empresários em dificuldades. Segundo a Ordem dos Contabilistas Certificados, a banca informa os empresários que os contabilistas estão a adulterar declarações para que possam aceder a linhas de crédito de apoio.

Em declarações à Renascença, a bastonária diz que, não obstante a denúncia feita em julho, a situação não se alterou.

“Infelizmente, e achámos que isso podia ter um efeito dissuasor, mas não, continuam a existir casos, continua a existir muita pressão de clientes junto dos seus contabilistas informados ou pressionados pela banca para emitirem declarações falsas”, explicou.

Paula Franco relata o caso de uma queixa que recentemente lhes chegou sobre um cliente de um contabilista que, “não percebendo as consequências de tudo isso, ameaçava ir para a comunicação social se não fosse passada a declaração porque estava a privá-lo do acesso ao financiamento”.

A bastonária diz ainda que lhes chegam indicações sobre “dois tipos de pressão sob os contabilistas”, por um lado, “pressão para alterar resultados” e, por outro lado, “pressão para passarem as declarações que testam a quebra de faturação dos 40%”.

Paula Franco diz que não quer acreditar que estas indicação venham das das direções dos bancos, mas, refere, “a atuação é tão generalizada” que já equaciona “se existem tantos gestores a atuar de forma autónoma nesta pressão”.

“A vulgaridade com que esta pressão se está a fazer, de forma recorrente, sem medir as consequências, parece-nos algo bastante estranho neste processo”, remata.

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