14 set, 2020 - 15:19 • Lusa
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O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof) alertou esta segunda-feira que as escolas vão voltar a encerrar se as medidas não forem mais exigentes, sublinhando que a maioria dos estabelecimentos ainda não tem condições as condições necessárias.
“Nós achamos que nada substitui o ensino presencial, mas se as medidas não forem exigentes, rigorosas, se não forem aquelas que se recomenda para a comunidade, o que vamos ter é rapidamente escolas a fecharem”, sublinhou Mário Nogueira.
O secretário-geral da Fenprof falou hoje aos jornalistas à entrada da Escola EB 2,3 Marquesa de Alorna, em Lisboa, onde apresentou os resultados de um inquérito a 321 agrupamentos escolares, que revelam que a maioria das escolas vai reabrir com falta de funcionários e docentes e não conseguiu implementar algumas das orientações do Ministério da Educação para minimizar o risco de contágio do novo coronavírus.
“As direções das escolas, os professores e quem preparou este ano letivo fez o que era possível e até o quase impossível”, sublinhou, explicando que, no entanto, as escolas não tiveram condições para muitas das medidas necessárias.
Regresso às aulas
O presidente de um dos maiores agrupamentos de esc(...)
O dirigente sindical referia-se, em particular, ao distanciamento físico de, no mínimo, um metro entre alunos, medida que, segundo o levantamento feito pela Fenprof, não foi possível assegurar pela maioria das escolas (52,5%).
Além deste, o representante dos professores apontou outros problemas que ainda se verificam no primeiro dia do arranque do ano letivo, desde a falta de docentes e assistentes operacionais, à falta de verbas para a aquisição de equipamentos de proteção individual e produtos de limpeza e desinfeção.
A resolução destas questões, defendeu Mário Nogueira, é urgente para que as escolas se possam manter abertas. E acrescenta: “A exigência é de quem não quer que as escolas fechem”.
“Aquilo que ainda não está feito, e que foram perdidos dois meses sem ser feito, tem de ser feito agora”, considerou, sublinhando que as mensagens de confiança do ministro da Educação não são suficientes.
Covid-19
Alemanha, Dinamarca, Noruega, França, Escócia e Is(...)
“O senhor ministro pode repetir a palavra confiança, a palavra segurança, que não é isso que torna segura a escola e que dá confiança às pessoas. São precisas as medidas que até agora não foram tomadas”, sublinhou.
Apesar da falta de condições de segurança em muitas escolas, Mário Nogueira afastou que a solução passasse por adiar o início do ano letivo, apelando, em vez disso, à responsabilidade da comunidade educativa, enquanto a tutela não acautelar a situação.
O secretário-geral referiu ainda que, da mesma forma que a decisão de encerrar uma escola em caso de surto cabe às autoridades de saúde locais, as condições na abertura também deveriam ter sido avaliadas por estas, defendendo, por outro lado, a realização de testes à covid-19 antes do regresso às aulas, uma reivindicação da estrutura sindical desde que as escolas secundárias reabriram em maio.
O ano letivo arranca entre hoje e quinta-feira, com o regresso de alunos e professores às escolas e ao ensino presencial, interrompido em março devido à pandemia da covid-19.
A maioria das escolas vai, no entanto, aproveitar os primeiros dias para realizar as habituais sessões de receção aos encarregados de educação. É o caso da Escola EB 2,3 Marquesa de Alorna, em Lisboa, onde a Fenprof esteve hoje, e que só reabre os portões aos alunos a partir de quarta-feira.
Explicador
Em contagem decrescente para o regresso às aulas, (...)