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Pandemia de Covid-19

Autarca de Chaves diz que fecho da fronteira com Espanha deve ser "último recurso"

17 set, 2020 - 14:01 • Lusa

“Entendo que a questão é extemporânea. É muito precoce falar sequer de avaliação da possibilidade do encerramento das fronteiras luso-espanholas”, defende Nuno Vaz.

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O presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz, considerou esta quinta-feira que deve ser “tomada em último recurso” a possibilidade de um novo encerramento das fronteiras entre Portugal e Espanha, afirmando ser “precoce” falar no assunto.

“Entendo que a questão é extemporânea. É muito precoce falar sequer de avaliação da possibilidade do encerramento das fronteiras luso-espanholas”, destacou à agência Lusa o autarca de Chaves, no distrito de Vila Real.

Em declarações no âmbito da avaliação à evolução da covid-19 que os governos dos dois países vão fazer nos próximos dias, o autarca referiu que é necessário “aguardar pela evolução epidemiológica dos países nos dois lados da fronteira”.

Nuno Vaz sublinhou ainda que “se a situação epidemiológica for de tal forma que suscite o encerramento, naturalmente que essa deve ser a posição, sendo certo que isso terá sempre de ser ‘ultima ratio’ [último recurso] numa política de combate à pandemia”.

O socialista lembrou ainda que o encerramento das fronteiras tem “sempre como pressuposto a questão de saúde pública” e que “todas as tomadas de posições que venham a ser tomadas têm como objetivo central garantir a saúde da população”.

O concelho de Chaves faz fronteira com Verín, localidade espanhola da Galiza, e atualmente, desde 2008, as localidades separadas por 28 quilómetros formam uma eurocidade, um projeto de cooperação transfronteiriço que envolve a partilha de um cartão de cidadão que dá acesso a piscinas, bibliotecas, eventos, formações ou concursos, bem uma agenda cultural e mais recentemente transportes.

O autarca de Chaves referiu também que “qualquer decisão” deve ter por base “consensos europeus”.

“Estamos a falar de um espaço europeu, que tem por base liberdade de circulação como direito fundamental. Nesta fase, já colhemos os ensinamentos daquilo que foi a primeira fase desta pandemia e em alguns casos sem conhecimentos prévios e dados históricos foram tomadas decisões, em alguns casos até desproporcionados”, vincou.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou que vai abordar a evolução da covid-19 em Portugal e Espanha com a homóloga espanhola na sexta-feira, destacando o trabalho "de forma muito coordenada" entre os dois países.

"Eu terei o prazer de receber a minha colega espanhola [Arancha González Laya] na próxima sexta-feira, dia 18. Teremos depois a cimeira bilateral entre os dois países, no dia 02 de outubro, e, naturalmente, essas são oportunidades para nós trocarmos informação sobre o modo como estamos a acompanhar a evolução da pandemia e das medidas que todos estamos a tomar para combatê-la", disse à Lusa Augusto Santos Silva.

Questionado sobre a necessidade de uma eventual nova limitação à mobilidade entre os dois países, depois de as autoridades espanholas terem anunciado, na segunda-feira, 27.404 novos casos desde sexta-feira, Augusto Santos Silva sublinhou que as decisões recaem sobre os ministros da Administração Interna de Portugal e do Interior de Espanha.

De acordo com o boletim epidemiológico da Unidade de Saúde Pública (USP) do Alto Tâmega e Barroso, publicado na quarta-feira, há 43 pessoas em fase ativa da doença no concelho de Chaves, 22 a aguardar resultado laboratorial e 32 em vigilância ativa.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 936.095 mortos e mais de 29,6 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.878 pessoas dos 65.626 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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