18 set, 2020 - 15:53 • Ana Carrilho
A ligação entre Hernâni Zão Oliveira com o município de Esposende na inovação em Literacia em Saúde vem de longe. E repetiu-se com esta iniciativa para que mais facilmente os alunos, sobretudo entre os seis e os dez anos, apreendam as (novas) regras de segurança impostas na sequência da pandemia.
Hernâni Zão Oliveira e a sua equipa criaram um filme - ou melhor, dois porque os pais também são contemplados. O Diário das Boas Notícias vai chegar a pais e filhos com apresentação da jornalista Alberta Feliz – que Alberta Marques Fernandes protagonizou – em vídeo apresentado nas aulas, nas reuniões com pais e encarregados de educação e a qualquer pessoa, através das redes sociais do município de Esposende.
Em declarações à Renascença o autor explica que o objetivo é contrariar a maré de más notícias e com alarme (sobre a pandemia) que se vê todos os dias. O conteúdo simples, claro, divertido e muito pedagógico, com uma mensagem positiva.
É por causa da COVID que há novas regras, mas essa é uma palavra que nunca aparece nos vídeos. Nem pandemia. “Sabemos que há medo, receio, os pais estão assustados e temos que lhes dar ferramentas de responsabilidade, mas também de positividade. Quisemos passar uma imagem positiva e não apenas, um alerta”.
Desinfetar as mãos com álcool-gel e pôr a máscara antes de entrar na escola, sentar-se na respetiva secretária, garantindo distanciamento. Um conceito que pode ser complicado para crianças mais pequenas. Ou nem tanto, se lhes for explicado com o recurso a uma metáfora. Neste caso, Alberta Feliz sugere que pensem que estão dentro de uma bolha imaginária, “o espaço onde estás seguro”. Se houver aproximação de bolhas, rebentam e o risco de ficar doente, é maior.
Seguindo as orientações da Direcção Geral de Educação, em cada escola de Esposende, as turmas vão ter cores diferentes que também significam os lugares onde os alunos podem estar e brincar. “Faz com que haja menos contacto com todos os outros alunos da escola e mais dentro das turmas. Mas mesmo dentro da turma não devem trocar materiais ou comida. Se imaginarem uma bolha que é o espaço de cada um, salvaguardando que também podem brincar e arranjar novas formas de brincar, a mensagem passa sem que percebam que estão a fazer algo obrigados”, explica Hernâni Oliveira.
Proibir crianças de seis, sete outo anos de dar abraços ou beijinhos aos amigos não resulta, “se lhes dizemos que é proibido, então é que vão tentar mesmo fazer”. A alternativa é chamar a atenção para outro tipo de cumprimento, mas de forma apelativa. E por isso é que o “aceno passou a ter estilo”. Ou seja, “os alunos podem acenar e cumprimentar os colegas de outra forma e sem perder o lado social que tem estado a preocupar muito os pais”.
O Diário das Boas Notícias também se dirige aos pais e encarregados de educação, lembrando-lhes o que devem fazer e como agir em quatro momentos fundamentais: antes de saírem de casa, quando chegam à escola com os filhos, quando os vão buscar e quando chegam a casa.
Ao longo desta semana tiveram o primeiro contacto com o filme nas reuniões de preparação do início do ano letivo elevaram um manual para casa. A partir da próxima semana, o vídeo passará em várias aulas para que as crianças se familiarizarem com as novas práticas. Vão também receber uma máscara alusiva.
Entretanto, a Câmara de Esposende já está a difundir o filme nas suas redes sociais e Hernâni Zão Oliveira admite que o Jornal das Boas Notícias pode ter novas edições.