18 set, 2020 - 13:17 • Anabela Góis , Sofia Freitas Moreira
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O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública apela ao Governo para reforçar os meios de resposta à pandemia e alerta que o plano de contingência para o inverno já deveria estar aprovado, nesta altura.
Em declarações à Renascença, Ricardo Mexia diz que tem vindo a avisar que há necessidade de haver um recrutamento importante de profissionais para ajudar no rastreio de contactos.
“Tem que haver um reforço daquilo que é a resposta no âmbito dos cuidados de saúde primários e tem que haver naturalmente um reforço daquilo que é a resposta nos cuidados de saúde hospitalares, perante aquilo que são os casos mais complexos e mais graves da doença”, explica.
Quanto ao plano de contingência para o tempo mais frio que se avizinha, Ricardo Mexia alerta que “deveria ser divulgado mais precocemente”, para que as instituições que vão estar envolvidas na resposta “tenham oportunidade de se preparar”.
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“O problema aqui é que, adicionalmente, a situação acabou por se degradar antes daquilo que nós tínhamos antecipado”, sublinha o presidente. “Quanto antes, têm de ser implementadas as medidas desse planeamento do inverno”.
Ricardo Mexia adianta que é natural que o número de casos aumente ainda mais na próxima semana, altura em que vão começar a sentir-se os impactos do regresso às aulas.
“Seguramente que já haverá, na próxima semana, a repercussão dos eventuais contactos que aconteçam no contexto escolar. É expectável, infelizmente, que possam ocorrer”, lamenta.
O presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública comentou ainda a hipótese de existir obrigatoriedade na utilização de máscaras, na via pública. “A perceção que temos é que, muitas vezes, isso acaba por gerar alguma animosidade e pode, eventualmente, até ser contraproducente”.
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Também em declarações à Renascença, Mário Jorge Santos, especialista em Saúde Pública, explica que a máscara deve ser usada sempre que há risco e que, nesta altura, a maior parte dos casos acontece em contactos de proximidade e em espaços fechados.
“O nosso padrão de transmissão, neste momento, é muito relacionado com ambientes familiares, com contactos muito próximos, com situações de espaços confinados. É exemplo os balneários dos clubes de futebol, reuniões, festas”, explica o especialista. “No espaço público, não está comprovada a transmissão”.
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Para Mário Jorge Santos, o aumento de infeções por Covid-19 que se tem verificado nos últimos dias em Portugal “é expectável” e, na opinião do especialista, “não tem aumentado a um ritmo preocupante, porque acompanha o que se passa em toda a Europa e, até, num grau menor”.
“O número de casos não tem afetado proporcionalmente o número de internamentos”, continua. “A situação mais preocupante ainda estará por vir”.
O primeiro-ministro convocou, para esta sexta-feira de manhã, uma reunião do gabinete de crise, numa altura em que o número de casos de Covid-19 tem disparado no país.