21 set, 2020 - 17:34 • Lusa
O Ministério da Saúde vai criar hospitais de retaguarda, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, para acolher doentes com alta que se mantêm internados por razões sociais.
A medida faz parte do Plano de Saúde Outono Inverno 2020/21, divulgado esta segunda-feira, que tem como grandes objetivos “preservar vidas humanas, proteger os mais vulneráveis, particularmente a população idosa a viver em Estruturas Residenciais para Idosos, e preparar a resposta ao crescimento epidémico da Covid-19”.
Com o objetivo de “maximizar a resposta e a capacidade hospitalar” para a atividade não-covid-19 será reforçado o papel das equipas de gestão de altas em articulação com o setor social para evitar o prolongamento do internamento por motivos sociais.
“Neste âmbito, a criação de hospitais de retaguarda, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto constitui uma medida eficaz de melhoria da eficiência”, refere o documento.
Dados divulgados pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) em maio apontavam que mais de 1.500 camas dos hospitais públicos estavam ocupadas, em 18 de fevereiro, por pessoas que já tiveram alta, mas que se mantinham internadas por falta de resposta extra-hospitalar, correspondendo a 8,7% dos internamentos.
Prevê também a reorganização da atividade assistencial no serviço de urgência, em articulação com os cuidados de saúde primários, de forma a evitar a sua utilização em “situações de triagem clínica de baixa gravidade”, o que deve ser concretizado através do encaminhamento destes doentes para os centros de saúde.
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Promove ainda o incentivo à cirurgia eletiva e de ambulatório, com avaliação pré-operatória em modelos de ‘drive-through’ e a definição de unidades ou serviços hospitalares “covid-19 free”, para manter a resposta “não-covid-19” e evitar “a degradação do acesso em situações de crescimento epidémico significativo”.
A atividade assistencial “não-covid-19” será acompanhada de mecanismos que garantam “a humanização dos cuidados de saúde”, com a presença de um acompanhante e “da retoma segura das visitas às pessoas internadas”.
Os hospitais continuarão a promover “o incremento da oferta da hospitalização domiciliária” para proteger os doentes e as famílias do “contacto hospitalar desnecessário” e os profissionais de saúde, e aumentar a capacidade de resposta para a covid-19, através da gestão eficiente da ocupação das camas.
“A expansão da hospitalização domiciliária em Portugal pode constituir, neste contexto epidemiológico, uma aposta vencedora”, salienta.
Na área da saúde mental, continuará a apostar-se no reforço do apoio e acompanhamento psicológico das pessoas que sofrem de problemas.
A estratégia assenta em três domínios estratégicos: “Resposta ao risco sazonal, incluindo covid-19”, “Manutenção da resposta não-covid-19” e “Literacia e Comunicação” e será implementada “em cascata”, através da “intervenção estruturada e articulada” a nível regional (Administrações Regionais de Saúde) e local (Agrupamentos de Centros de Saúde, Unidades Locais de Saúde).
O documento pretende “mobilizar todos os agentes do setor da saúde e o país para o período exigente que se avizinha e que requer uma resposta conjunta e participada” e como tal “será alvo de revisão e atualização bimestral”.
O boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) aponta para mais oito mortos e 623 infetados com Covid-19.
No total, Portugal tem neste momento 21.544 casos ativos da doença (mais 475 do que nas últimas 24 horas). É o maior número de casos ativos dos últimos quatro meses, altura em que a DGS adotou uma mudança de critério na definição dos recuperados.
O boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado esta segunda-feira, revela que Lisboa (+448), Sintra (+325), Amadora (+173), Cascais (+156), Loures (+154) e Guimarães (+142) são os municípios com maior aumento de infeções pelo novo coronavírus, nos últimos sete dias.
MAPA DA COVID-19