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Câmara de Gondomar encerra lar ilegal após confirmação de 34 casos de Covid-19 e um morto

23 set, 2020 - 17:44 • Lusa

"Hoje de manhã, a Comissão Municipal de Proteção Civil reuniu e foi decidido encerrar coercivamente o lar" Paródias e Ternuras, adianta autarca. Surto foi detetado a 15 de setembro.

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O lar ilegal Paródias e Ternuras foi encerrado coercivamente esta quarta-feira após terem sido detetados mais cinco casos de Covid-19 a juntar aos 29 iniciais, anunciou o presidente da Câmara de Gondomar, Marco Martins.

"Foram repetidos ontem [segunda-feira] os testes e os resultados chegaram na última madrugada, concluindo-se haver mais quatro utentes positivos - apenas cinco continuam a testar negativo - e também a proprietária infetada, que era quem estava a gerir o lar. Logo, o lar está sem gestão", informou o autarca.

O caso do lar ilegal foi tornado público a 15 de setembro, com 29 infetados e um morto, mas o cenário agravou-se, explicou Marco Martins, dando conta também de "uma segunda morte, de uma idosa que teve de ser hospitalizada na semana passada".

"Hoje de manhã, a Comissão Municipal de Proteção Civil reuniu e foi decidido encerrar coercivamente o lar", afirmou o autarca de Gondomar.

Sobre as soluções encontradas para os utentes, Marco Martins informou que "em articulação com a Segurança Social, os cinco negativos vão ser evacuados” para uma estrutura daquela instituição, em Vila Nova de Gaia.

Os outros 24 serão transferidos nas próximas horas para o Hospital Fernando Pessoa, em Gondomar, disse.

A câmara, salientou, "assumirá numa primeira fase os custos dessa hospitalização, vendo-se nos próximos dias se se serão transferidos para o centro covid distrital que está a ser montado".

Marco Martins disse posteriormente, contactado pela Lusa, "desconhecer ainda a localização" do referido centro covid distrital.

No último fim de semana, observou, "cinco utentes tiveram de ser hospitalizados, mas os demais não têm necessidade de grandes cuidados".

A transferência dos utentes "vai ser coordenada pela Proteção Civil e aguarda-se apenas que o hospital tenha condições logísticas para receber as 24 pessoas".

"O espaço foi encerrado por falta de condições sanitárias e por falta de licença de utilização e não será permitido que volte a ter este tipo de solução”, frisou.

De acordo com o autarca, a Segurança Social já está a tratar também de uma alternativa para quando estes utentes deixarem de estar positivos".

Marco Martins assegurou que irá imputar à direção do lar "as despesas de hospitalização dos utentes que serão assumidas pela autarquia".

E acrescentou: "está a ser compilada informação para ser remetida ao Ministério Público, até porque esta mesma proprietária, soubemos entretanto, viu a Segurança Social encerrar-lhe um outro lar na Maia, em 2013".

O lar foi alvo de uma inspeção da Segurança Social e da Proteção Civil local a 18 de setembro.

"Foi uma inspeção de acompanhamento para fazer um ponto de situação e verificar se as recomendações estão a ser cumpridas [pelos responsáveis do lar], se os idosos estão bem nutridos e vigiados, estáveis, separados por infetados e não infetados", descreveu.

O autarca contou que a decisão de efetuar esta inspeção foi da iniciativa da Segurança Social que "estranhou" a recusa por parte dos proprietários do lar à entrada de "pessoas externas" durante o período da noite.

Portugal contabiliza pelo menos 1.928 mortos associados à covid-19 em 70.465 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Comentários
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  • Petervlg
    24 set, 2020 Trofa 09:10
    é necessário acontecer estas tragedias, para tomarem medidas, como é possível a Camara não saber da existência do lar?, só andando com os olhos fechados. só existem lares ilegais, porque temos sucessivos governos que nada fazem de proteção aos mais idosos, temos as Misericórdias com prestações mensais que maior parte dos idosos não conseguem pagar e ao mesmo tempo temos Misericórdias a ter contas na banca bastante "recheadas" e prestações aos idosos por volta dos 800 €, isto é um roubo.

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