25 set, 2020 - 17:51 • Lusa
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O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) está a avaliar a nova geração de testes rápidos de despiste de Covid-19 e um grupo de peritos vai definir recomendações e critérios para os selecionar, foi anunciado esta sexta-feira.
"Estamos a avaliar uma nova geração destes testes rápidos que permitem detetar o vírus [Sars-Cov-2 que provoca a doença Covid-19] também do exsudado da nasofaringe, da amostra respiratória, e é desta forma que o grupo de peritos se vai reunir para fazer as suas recomendações e a avaliação da utilização destes testes", disse Raquel Guiomar, do INSA, na conferência de imprensa de hoje para atualização de informação relativa à pandemia de Covid-19.
Segundo a responsável, estes novos testes rápidos apresentam "vantagens", já que têm uma "baixa complexidade de execução" e permitem "fazer o diagnóstico perto do doente, do caso suspeito", e obter "um resultado de forma rápida".
No entanto, explicou, os novos testes rápidos "têm critérios muito específicos para a sua seleção e critérios para a sua utilização e são estes critérios de seleção que vão ser oportunamente definidos pelo grupo de peritos".
“Era importante que não se demorasse muito tempo a(...)
Em relação aos critérios de utilização, que "são já bem descritos nas bulas e nas instruções que acompanham os testes", os testes rápidos devem ser utilizados para "deteção de antigénio para casos suspeitos com sintomas, que tenham ocorrido há menos de sete dias desde o início da infeção", e "sempre em ambiente onde exista segurança para realizar a colheita do exsudado da nasofaringe", frisou Raquel Guiomar.
Os novos testes rápidos "podem trazer algumas limitações", que "serão, no fundo, colmatadas pelo encaminhamento das amostras de alguns doentes para a análise pelo método de referência", o teste de PCR em tempo real, disse.
Segundo Raquel Guiomar, a nível internacional, a avaliação dos novos testes de diagnóstico rápido "está também a ser feita por parceiros europeus.
“Até à data, os dados preliminares indicam que esperaremos uma boa concordância entre os resultados destes testes e os resultados com o teste de referência", disse.
"A nível nacional, estamos a fazer a avaliação do desempenho em ambiente clínico destes testes em parceria com alguns hospitais e a breve prazo teremos também os dados que nos permitirão também fazer esta avaliação", disse.
Ministra da Saúde esclarece que “a utilização dest(...)
Raquel Guiomar lembrou que o INSA, em conjunto com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde e peritos de outras instituições de saúde, tem vindo a formar um grupo que tem acompanhado a qualidade e a diversidade dos testes de despiste de Covid-19 e fez um ponto da situação relativamente ao que existe e ao que é recomendando.
O teste de referência, que é o atualmente recomendado pela DGS em todas as orientações e normas já divulgados, é o de PCR em tempo real, que "permite ter um resultado com elevada fiabilidade e é muito sensível e específico e tem vindo a permitir diagnosticar os novos casos de infeção pelo vírus Sars-Cov-2".
Existem também testes que permitem avaliar os anticorpos e a imunidade para o Sars-Cov-2 e "são recomendados essencialmente para avaliar a presença de anticorpos a nível populacional e foram já utilizados no estudo feito pelo INSA para avaliar a sero prevalência de anticorpos para o Sars-Cov-2 divulgado no passado mês de julho e "desta forma é que devem ser utilizados".
"Estes testes de deteção de anticorpos, em casos específicos, nomeadamente em casos de doença mais severa, podem também ser um complemento a toda a informação laboratorial e clínica e permitem fazer a melhor gestão do doente", frisou.
Atualmente, estão a ser também divulgados testes rápidos de deteção de antigénicos, que, no início da pandemia de Covid-19, foram avaliados pelo INSA, durante os mêses de abril e maio, "mas devido às suas características e à falta de coincidência de resultados com o método de referência não foram à data recomendados".