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Saúde

​Médicos de saúde pública querem testes rápidos à Covid-19 generalizados

29 set, 2020 - 09:50 • André Rodrigues , Cristina Nascimento

Autoridades de saúde portuguesas ainda estão a avaliar se autorizam a utilização destes tipo de testes que, em 30 minutos, revelam se uma pessoa está ou não infetada.

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A Associação de Médicos de Saúde Pública defende a introdução de testes rápidos à Covid-19 em todo o sistema de saúde.

“Os testes rápidos deviam estar disponibilizados em todo o sistema nacional de saúde de maneira a podermos fazer essa avaliação [sobre potencial infeção por Covid-19] o mais rápido possível”, diz o vice-presidente da associação, Gustavo Tato Borges.

Em declarações à Renascença, este especialista diz compreender a necessidade de existirem garantias de qualidade dos testes a implementar e acredita que a posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) venha a acelerar o processo.

“O facto de a OMS permitir ou dar essa abertura para a existência e implementação de testes rápidos pode fazer com que o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) tenha também uma avaliação mais rápida e favorável, ajudando-nos a implementar”, diz.

Gustavo Tato Borges recusa a ideia que Portugal esteja simplesmente a reboque da OMS e lembra que “no plano outono/inverno, o Governo já tinha colocado a possibilidade de realização de testes rápidos nos cuidados de saúde primários ou até mesmo nos serviços de urgência hospitalares, de maneira a que rapidamente se possa averiguar se aquela pessoa está com grande risco de estar infetada com Covid ou apenas infetada com uma gripe ou outro tipo de doenças”.

Questionado sobre se consideraria mais urgente a implementação dos testes rápidos nos lares ou nas escolas, Gustavo Tato Borges reconhece vantagens em ambos os setores.

“A nível das escolas tem um potencial grande de podermos evitar que as crianças fiquem em isolamento durante um grande período de tempo”, por um lado; por outro, nos lares “será mais vantajoso para evitar que seja contaminado de uma forma alargada”.

O debate sobre os testes rápidos surge numa altura em que a OMS anunciou que a vai disponibilizar a países mais pobres 120 milhões destes testes, com resultados prontos em 15 a 30 minutos.

Em Portugal, a Cruz Vermelha quer distribuir meio milhão de testes rápidos para utilizar nos lares e em escolas, uma iniciativa que para já ainda não foi autorizada pelas autoridades, faltando ainda um parecer do INSA.

Em Portugal, morreram 1.957 pessoas dos 74.029 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.

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