01 out, 2020 - 18:25 • Fábio Monteiro
A Uber e a filial Uber Eats começaram esta quinta-feira, 1 de outubro, a bloquear contas das empresas parceiras a quem têm pagamentos em atraso, devido à falta de atualização de documentos de identificação.
A justificação dada pela plataforma aos empresários, segundo testemunhos ouvidos pela Renascença, é que este procedimento serve para que não seja acumulada “mais dívida”, até que a situação formal esteja resolvida. A Uber, por sua vez, alega que a possibilidade de suspensão de contas já havia sido sinalizada antecipadamente.
Uma primeira mensagem enviada, há alguns meses, às empresas, alertava para que os dados de identificação fossem atualizados até 31 de agosto, mas a data limite e suspensão de 1 de outubro não constava da missiva. Já uma segunda mensagem, enviada no início de setembro, estipulava que a conta seria bloqueada no prazo de 30 dias – ou seja, 1 de outubro.
À Renascença, a Uber garantiu ter sido sempre transparente sobre as datas do processo e disse estar a trabalhar para “mitigar o impacto” da suspensão de contas.
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Os proprietários de empresas de veículos TVDE e restaurantes, que estão organizados num grupo com cerca de 300 “lesados” no Whatsapp, afirmam ter sido apanhados de surpresa. Muitos queixam-se que o bloqueio de contas se trata de uma ação de “retaliação” pelas reclamações submetidas no Portal da Queixa e da intenção, já anunciada, de avançarem com uma ação coletiva contra a plataforma.
“Não nos param de chegar relatos de pessoas que não conseguem ficar online. Dois casos distintos: primeiramente, a partir das 14h00, começaram-nos a chegar relatos das pessoas que tinham feito queixa que a Uber estava a dever dinheiro no Portal da Queixa, esses foram os que começaram inicialmente a ficar bloqueados. E agora estão também a ficar bloqueados os que a Uber deve e que não tinham queixa feita”, conta David Assis, proprietário único da empresa TVDE Idriveu Lda., em declarações à Renascença.
Recorde-se: os atrasos nos pagamentos começaram no início de setembro. Segundo a Uber, que está sediada na Holanda, a demora nos pagamentos está relacionada com a entrada em vigor de uma nova diretiva da União Europeia, relativa ao branqueamento de capitais (norma DSP2).
De acordo com David Assis, a justificação da plataforma não tem nexo, caso contrário “os motoristas e empresas que trabalham para a Bolt ou a FreeNow estariam agora com o mesmo problema”.
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