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Maioria dos incêndios desde janeiro teve origem em fogo posto e queimadas

06 out, 2020 - 18:18 • Lusa

Até agora, “o ano de 2020 apresenta o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o sexto valor mais reduzido de área ardida desde 2010”, indica relatório preliminar do ICNF.

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O fogo posto e as queimas e queimadas foram as principais causas dos incêndios florestais registados este ano e investigados até 15 de setembro, segundo o último relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O relatório provisório de incêndios rurais do ICNF avança que as causas mais frequentes dos incêndios, até 15 de setembro, foram o “incendiarismo – imputáveis” (36%), seguido das queimas e queimadas (27%) e reacendimentos (12%).

O ICNF sublinha que, entre 01 de janeiro e 15 de setembro, se registaram 8.807 fogos, 5.444 dos quais foram investigados, o que representa 62% do número total de incêndios e responsáveis por 37% da área ardida.

O documento refere que, destes incêndios, a investigação permitiu atribuir uma causa a 3.502 incêndios (64% dos incêndios investigados e responsáveis por 33% da área total ardida).

O relatório indica que, entre 01 de janeiro e 15 de setembro, os 8.807 incêndios rurais provocaram 66.116 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (33.185 ha), matos (26.171 ha) e agricultura (6.760 ha).

De acordo com os dados provisórios, a área ardida aumentou este ano cerca de 60% em relação ao mesmo período de 2019, tendo até 15 de setembro ardido mais 25 mil hectares de floresta.

Por sua vez, deflagraram este ano menos 829 incêndios florestais (8,6%) do que em 2019.

“O ano de 2020 apresenta, até ao dia 15 de setembro, o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o sexto valor mais reduzido de área ardida desde 2010”, lê-se no relatório.

O incêndio que este ano consumiu mais área ardida foi o que se registou a 13 de setembro no concelho de Proença-a-Nova (distrito de Castelo Branco), onde arderam 16.510 hectares de florestas.

O ICNF sublinha que os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes, representando 86% do total, e que ocorreram, até 15 de setembro, 11 incêndios com área ardida superior ou igual a 1000 hectares, aqueles que são considerados os fogos “de maior dimensão”.

Por sua vez, registaram-se 62 “grandes incêndios”, aqueles que têm uma área ardida igual ou superior a 100 hectares, e que resultaram em 56.223 hectares de área ardida, cerca de 85% do total da área ardida.

O ICNF frisa também que o maior número de incêndios se registaram nos distritos do Porto (2.355), Braga (943) e Aveiro (617), mas foram maioritariamente fogos “de reduzida dimensão” e não ultrapassam um hectare de área ardida.

O distrito mais afetado em área ardida foi Castelo Branco, com 25.872 hectares, cerca de 39% da área total ardida até 15 de setembro, seguido de Bragança, com 6.414 hectares, e de Vila Real(5.440 hectares).

Segundo os dados provisórios, o mês de julho foi aquele que apresenta o maior número de incêndios rurais, com um total de 3.112, mas no que respeita à área ardida, setembro foi o mês que registou maior área ardida este ano, com um total de 27.492 hectares.

O relatório do ICNF concluiu que a área ardida este ano é aquela que era “expectável” tendo em conta a severidade meteorológica verificada.

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