07 out, 2020 - 14:28 • Cristina Nascimento
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A Direção-Geral da Saúde diz que há 23 surtos em estabelecimentos de ensino em Portugal continental.
De acordo com a diretora-Geral da Saúde, destes 23 surtos, sete são no Norte, três no Centro, 12 em Lisboa e Vale do Tejo e um no Algarve.
Graça Freitas refere que estes 23 surtos implicam 136 casos positivos, entre alunos e funcionários - docentes e não docentes.
Numa avaliação à reabertura das escolas, Graça Freitas remete para mais tarde uma avaliação mais aprofundada, mas, no imediato, considera que não "parece ter tido um impacto muito grande" e que a situação "está controlada".
A diretora-geral da Saúde explicou ainda que "muitas vezes a decisão de irem apenas algumas pessoas para
casa tem muito a ver com a própria organização da escola", reforçando que quanto mais o sistema de bolhas for implementado, menor será o impacto para a comunidade escolar, perante um caso positivo da doença.
Graça Freitas deixou por isso "um grande apelo" às escolas para segregarem "ao máximo", mas "sem deixar que as pessoas convivam".
A responsável pela DGS explicou ainda que, segundo os inquéritos epidemiológicos, o que se verifica com maior recorrência "é que há familiares doentes e parece que a transmissão ocorreu mais dos familiares para as crianças do que ao contrário".
Questionada pela Renascença sobre a reabertura pontual de alguns parques infantis, a DGS recomenda que estes espaços devem continuar fechados.
A diretora-geral considera que "há relvados e parques públicos", locais onde os mais novos podem conviver ao ar livre, e que os parques infantis representam "um risco" acrescido que pode ser evitado.
"Os parques infantis constituem um equipamento lúdico, mas que encerram por si só riscos porque podem levar a uma grande aglomeração de crianças sem regras. Continuamos a não aconselhar a sua utilização na atual situação epidemiológica. Os equipamentos nem sempre são devidamente higienizados entre utilizações e o controlo da mobilidade entre crianças dentro do parque também não está assegurado", disse Graça Freitas.
Os parques infantis foram encerrados logo no início da pandemia e assim têm permanecido. Contudo, várias câmaras já determinaram a abertura dos parques infantis.
Em muitos outros municípios, os parques infantis continuam vedados com baias. Também há concelhos, como o de Lisboa, onde a maioria dos parques infantis continuam fechados, mas alguns estão a ser usados por terem sido retiradas as baias e não haver policiamento.