09 out, 2020 - 19:07 • Cristina Nascimento com redação
Três semanas depois do arranque de um ano letivo condicionado pela pandemia de Covid-19, milhares de alunos continuam sem professores. Questionado sobre a situação pela Renascença, o Ministério da Educação cita, entre outros motivos, o "número anormalmente alto" de recusa de horários por causa da crise sanitária.
Ao final de três semanas desde o regresso às aulas -- das cinco que o Ministério ditou que seriam para recuperação de aprendizagens, dado o impacto da Covid-19 no final do último ano letivo -- milhares de alunos continuam sem professores.
Esta sexta-feira, saiu a 5.ª bolsa de recrutamento de docentes. Face a essa situação, a tutela fala em "novas circunstâncias que levam à falta de professores", entre elas um "número anormalmente alto de não aceitações de horários, atenta a situação de pandemia que leva os docentes a não quererem deslocar-se das suas áreas de residência".
Desde o início deste ano letivo, e à medida que as escolas vão percebendo que os professores não aceitam os horários, vão fazendo pedidos às bolsas de recrutamento para preencher as lacunas.
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Sobre esse ponto, em resposta escrita enviada à Renascença, o Ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues indica que "o número de pedidos de horários esta semana foi significativamente inferior ao da semana passada, sendo a grande maioria referente a novos pedidos e não a horários por ocupar vindos de semanas anteriores".
Esta diminuição, adianta a tutela, "deve-se, entre outros fatores, ao facto de as escolas poderem, adicionalmente ao recurso às reservas de recrutamento, recorrer à utilização da contratação de escola para um conjunto alargado de horários por ocupar".
O Ministério não esclarece quantos professores estão ainda em falta nas escolas portuguesas, mas destaca ainda como fatores que explicam a falta de professores o incremento de 3.300 docentes devido ao reforço de profissionais "no âmbito do plano de recuperação estabelecido para este ano (créditos, horários, tutorias, etc.) e ainda "mais de 1.100 mobilidades por doença atribuídas, este ano, num total de mais de 8 mil docentes em mobilidade", que levou "a grande maioria a deslocar-se da Grande Lisboa para a região Norte".
É ainda destacado o facto de este ano terem sido "apresentadas mais de 500 declarações ao abrigo do regime recional de proteção de imunodeprimidos e doentes crónicos atendendo à Covid-19, o que permite aos docentes 30 dias de faltas justificadas, com remuneração".
“Não tem havido investimento, nem qualquer trabalh(...)