Misericórdia de Bragança assegura que "está a fazer tudo" pelos utentes

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança, a maior instituição social do Nordeste Transmontano, que regista atualmente 153 casos de Covid-19, assegura que tudo está a fazer de forma a salvaguardar e proteger utentes e colaboradores.

A instituição confirmou esta segunda-feira a morte de mais uma utente de 90 anos que se encontrava hospitalizada. Esta é a 10ª morte, desde que o surto começou no final de setembro.

Em comunicado, assinado por todos os membros da mesa administrativa, a instituição “lamenta profundamente este desenlace, apresenta condolências e manifesta solidariedade às famílias destes residentes, neste momento de dor e grande tristeza para todos”.

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança declara que desde o início desta pandemia, em março, “elaborou e cumpriu um criterioso plano de contingência para cada resposta social, de forma a salvaguardar e proteger utentes e colaboradores, onde todas as normas de higiene e segurança, emanadas pela DGS, foram rigorosamente aplicadas e asseguradas”.

“Fizemos e estamos a fazer tudo o que nos é possível para controlar esta situação e evitar maiores consequências porque os nossos residentes nos lares são, na sua maioria, pessoas frágeis, de idade avançada e com problemas de saúde associados”, assegura a instituição, reconhecendo que a “situação atual é complexa, que exige muito esforço, solidariedade e colaboração de todos”.

Aos utentes e familiares a Misericórdia de Bragança pede compreensão pela alteração de alguns procedimentos que, por razões de segurança e saúde de todos, estão a ser tomados e pede, “acima de tudo, que mantenham a confiança na resposta que a Santa Casa está a desenvolver” para garantir que as pessoas que estão à sua guarda “se sintam seguras, saudáveis, tranquilas e com o bem-estar que merecem”.

“Estamos todos unidos pelo mesmo objetivo, que é o de tratar de quem mais precisa, de quem, nesta casa, encontrou o conforto e a dignidade, que são os nossos residentes que, na grande maioria, estão assintomáticos, sem necessidade de cuidados hospitalares, mas com acompanhamento médico e de enfermagem diário”, sublinha a instituição em comunicado.

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança refere que este é “um tempo de sofrimento e de dor, mas igualmente um tempo de maior esforço, de muita determinação e, acima de tudo, de união de todo o universo da instituição, utentes, familiares, colaboradores e dirigentes”.

A instituição enaltece “o profissionalismo, dedicação, disponibilidade, motivação e empenho” manifestado pelos colaboradores, considerando que tais atitudes e comportamentos “têm sido determinantes para garantir o sucesso da missão”.

“A todos os colaboradores, a Mesa Administrativa quer deixar um agradecimento e o reconhecimento do seu trabalho, competência e resiliência”, lê-se no comunicado a que a Renascença teve acesso.

“Ao longo dos quinhentos anos da sua história, a Santa Casa da Misericórdia de Bragança viveu e ultrapassou tempos difíceis. Este não será exceção”, assegura a instituição, acreditando que vão “vencer a pandemia e sair mais reforçados para cumprir a nossa missão de fazer o bem”.

Por fim, a instituição particular de solidariedade social deixa um “especial agradecimento à Câmara Municipal de Bragança, Bombeiros Voluntários de Bragança, à Unidade Local de Saúde do Nordeste, aos serviços de Saúde Pública, ao Centro Distrital da Segurança Social de Bragança, à Cruz Vermelha de Bragança, à Autoridade da Proteção Civil, à Policia de Segurança Publica, ao Agrupamento de Escolas Emídio Garcia e a todos quantos nesta conjuntura têm acompanhado e apoiado a Santa Casa da Misericórdia de Bragança”.

A Santa Casa da Misericórdia de Bragança tem atualmente 107 utentes com Covid-19, sendo que cinco estão internados no hospital de Bragança. O balanço até ao momento contabiliza também 46 funcionários infetados, num total de 153 casos positivos.

A Misericórdia de Bragança tem várias respostas sociais num complexo no centro da cidade de Bragança, nomeadamente estruturas residenciais para idosos, unidade de cuidados continuados, infantários, escola e centro de educação especial, num edifício à parte.

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