15 out, 2020 - 08:45 • Lusa
O primeiro-ministro reconhece que era preciso haver um “abanão na sociedade” para que se alterem comportamentos. É desta forma que António Costa justifica as novas medidas anunciadas.
Numa entrevista, que será publicada na sexta-feira na íntegra no jornal “Público”, Costa revela ainda que estão a ser preparadas unidades de campanha em Lisboa para estender a capacidade do Serviço Nacional de Saúde, à semelhança do que acontece no Porto e que o hospital de campanha de Santa Maria será reativado.
Na entrevista, parte da qual o “Púbico” antecipa, o primeiro-ministro diz que o Executivo sentiu necessidade de “enviar um sinal claro” aos portugueses de que é preciso alterar comportamentos.
Rejeitou que as medidas tivessem a ver com “o número mágico” das duas mil infeções diárias, ultrapassado na quarta-feira, e preferiu justificar a decisão com a “situação grave que o país está a viver de subida consistente dos casos” desde meados de agosto.
“Senti muito claramente que era preciso haver um abanão na sociedade”, reconheceu António Costa, acrescentando: “O tempo foi passando, as pessoas foram ficando saturadas, foram-se habituando ao risco ou desvalorizando o risco porque a faixa etária [dos contágios] foi mudando”.
Questionado sobre a possibilidade de Portugal regressar, no futuro, a um confinamento geral, António Costa resistiu à ideia pelos custos sociais e económicos que lhe estão associados e insistiu que, nesta fase, “é no comportamento individual” que está a chave da questão.
“Se posso jurar a pés juntos que não serão dados passos dramáticos? Não posso. É uma questão de bom senso. Mas temos de o evitar”, afirmou.
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O primeiro-ministro elogiou o SNS, dizendo que hoje “está mais bem preparado para lidar com a doença” e que o sistema está pronto para crescer consoante as necessidades.
Adiantou que “estão a ser acionadas extensões de campanha” em Lisboa, à semelhança do que acontece no Porto, explicando: “o Hospital das Forças Armadas já foi reativado e está a ser preparado outro hospital de campanha, em frente ao Santa Maria, na Cidade Universitária”.
“Temos capacidade de resposta. Os hospitais funcionam em rede, é possível gerir fluxos em função das necessidades variáveis de um hospital para outro”, disse.
António Costa anunciou na quarta-feira novas medidas para travar o aumento do número de casos de Covid-19, entre as quais a situação de calamidade para todo o território nacional, que se manterá pelo menos até final do mês.
O Governo vai ainda tentar tornar, através de um projeto-lei, que o parlamento torne obrigatória em contexto laborar e escolar a aplicação StayAway Covid.
No texto entregue pelo Governo na Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso, prevê-se um regime de multas entre os 100 e os 500 euros para os casos de incumprimento da lei.
Já sobre o uso de máscara nas ruas, o texto define que será obrigatório sempre “se mostre impraticável” manter a distância física entre pessoas.
A informação foi avançada por Marta Temido em conf(...)