18 out, 2020 - 10:12 • Marta Grosso , Pedro Mesquita
O Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a Covid-19 e o bastonário, Miguel Guimarães, assumem-se contra a eventual obrigatoriedade da app StayAway Covid. A posição foi manifestada neste domingo.
Em primeiro lugar, “porque a questão da instalação/utilização e a fiscalização, que é importante, desta aplicação coloca em causa questões éticas fundamentais, como seja a questão por exemplo da proteção de dados pessoais”, refere Miguel Guimarães à Renascença.
Depois, “é evidente que também interfere com liberdades fundamentais e direitos individuais, como de resto é reconhecido por toda a gente”.
Em terceiro lugar, acrescenta o bastonário, “não existe uma evidência científica robusta de que a utilização possa contribuir de forma significativa para diminuir a essência da Covid-19”.
Por estas três razões, “a Ordem acha que, como recomendação, pode ser utilizada a StayAway Covid, e até deve ser utilizada, agora obrigatório não, porque não há nada neste momento que justifique esta aplicação ser obrigatória”, remata Miguel Guimarães.
Médicos de Saúde Pública
Associação de Médicos de Saúde Pública lembra que (...)
No comunicado enviado nesta manhã à Renascença, o Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a Covid-19 lembra ainda que “a aplicação StayAway Covid só tem utilidade em complementaridade com outras medidas de controlo da pandemia”, pelo que “o seu interesse é escasso isoladamente”.
Além disso, sublinham os médicos, “uma parte significativa da população portuguesa, talvez até a mais vulnerável, nem sequer tem os equipamentos móveis necessários para instalar a aplicação StayAway Covid”.
A obrigatoriedade de uso da aplicação foi defendida pelo primeiro-ministro quando anunciou a passagem ao estado de calamidade e a proposta foi já entregue no Parlamento, mas tem gerado muita polémica.
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