19 out, 2020 - 14:35 • Susana Madureira Martins , Filipe d'Avillez
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A ministra da Saúde considera que depende de cada um a inversão das projeções que indicam que nas próximas semanas a situação da pandemia vai agravar-se em Portugal.
O Presidente da República recebeu esta segunda-feira a ministra da Saúde no Palácio de Belém. À saída Marta Temido admitiu, em resposta aos jornalistas, que os dados que existem apontam para o agravamento da pandemia nos próximos dias.
“Os dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge apontam no sentido do agravamento da situação. Claro que os cálculos resultam da aplicação de modelos matemáticos que podemos inverter se conseguirmos tomar medidas eficazes. Isso depende de cada um de nós, e não posso deixar de fazer essa referência”, acrescentou.
Nas suas declarações aos jornalistas, a ministra da Saúde evitou esclarecer se vai ser ou não adotado o recolher obrigatório como medida para controlar a pandemia. Marta temido disse apenas que o Conselho de Ministros toma decisões a cada duas semanas e que até lá é executar o que está previsto. “As medidas de saúde pública que são determinadas são-no com uma periodicidade que conhecem. Nós temos procurado sempre garantir que essa periodicidade é respeitada e que as medidas são comunicadas na sequência de reuniões de Conselho de Ministros.”
“São medidas que não competem só ao Ministério da Saúde e, portanto, neste momento o nosso foco é de aplicar as medidas que foram determinadas na última reunião de Conselho de Ministros e aplicá-las adequadamente”.
Marta temido deu ainda resposta às críticas que têm sido feitas sobre a falta de articulação entre o SNS e o setor privado. A ministra explica que há acordos de convenção em curso, mas que o SNS ainda tem capacidade de expansão.
“Desde abril que o SNS tem ativo um acordo de convenção ao qual podem aderir entidades do setor privado, do setor social e que as administrações regionais de saúde podem acionar, caso considerem necessário. E sei que as administrações regionais estão a fazer contactos com várias entidades para tentar garantir que haja capacidade de expansão, mais do que aquela que está no SNS e que, volto a referir – porque também tenho ouvido muitas vezes muita preocupação a propósito das camas do SNS – que o SNS tem cerca de 21 mil camas. Dezoito mil dessas estariam disponíveis para a Covid, em termos teóricos – naturalmente que estão a ser ocupadas para tratar de outros doentes – e, portanto, a capacidade de expansão da SNS existe”, insiste.
Portugal ultrapassou esta segunda-feira os 100.000 casos positivos de Covid-19, tendo registado uma ligeira diminuição no número de novos casos em relação aos últimos dias e tendo 17 mortos por novo coronavírus a lamentar.