19 out, 2020 - 15:58 • Fábio Monteiro
Há dois anos, o Decreto-Lei 65/2018 abriu portas, em Portugal, à criação de mestrados com a duração de apenas um ano, à imagem do que já acontecia em várias instituições de Ensino Superior pela Europa. Agora e em plena pandemia, o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa será a primeira instituição nacional a avançar com uma oferta formativa com esse modelo.
Entre janeiro e dezembro de 2021, o ISCTE irá lecionar o Mestrado em Gestão Aplicada, cuja conclusão, em regime pós-laboral, requer apenas 60 créditos.
A existência de um mestrado de só um ano “era uma coisa que se aguardava há alguns anos”, mas que nunca foi possível criar devido a um quadro regulatório “muito ortodoxo”, afirma José Crespo Carvalho, Presidente do ISCTE Executive Education, em declarações à Renascença. Tudo mudou, contudo, em 2018.
Para o docente, o mercado empresarial exige hoje que um trabalhador tire dois ou mesmo três mestrados ao durante o seu percurso profissional. “Portanto, quanto mais curtos eles [os mestrados] forem e direcionados, melhor. Porque esta história de fazer uma licenciatura, nunca mais faço uma licenciatura, faço um mestrado, acabo um mestrado, nunca mais faço um mestrado, não pode ser bem assim. Temos que pensar nas coisas como evolutivas ao longo da vida”, explica.
O programa de estudos do Mestrado em Gestão Aplicada terá uma forte componente prática e contará com a colaboração de vários especialistas de empresas nacionais, como a Science4You, Deloitte Portugal, Águas de Portugal, SGPS ou os CTT. Serão abertas quatro turmas, num máximo de 140 alunos, sendo que existirá a possibilidade de escolher turma em inglês ou português.
As candidaturas do mestrado já estão abertas e a procura, apesar da Covid-19, “tem sido razoável”. “Quando há uma crise, normalmente é uma oportunidade única para as pessoas estudarem, prepararem-se para sair da crise e para o pós-crise. E normalmente as pessoas têm a ganhar em estudar durante a crise. Porque, no pós-crise, são as mais preparadas para arrancarem logo. Pode parecer um contrassenso, mas não é”, frisa José Crespo Carvalho.