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Ministra admite restrições nos concelhos limítrofes a Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada

23 out, 2020 - 20:32 • Redação

O atual estado de calamidade dá “margem de manobra para agravar medidas se for necessário”, afirma Marta Temido.

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A ministra da Saúde, Marta Temido, está preocupada e não descarta restrições nos concelhos limítrofes a Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada, que estão em confinamento parcial desde esta sexta-feira por causa da Covid-19.

Em conferência de imprensa de balanço da pandemia, Marta Temido afirmou que “há concelhos que nos merecem maior preocupação, nomeadamente concelhos limítrofes”.

“A confluência geográfica e a movimentação de pessoas são fatores que adensam agravam o risco e estamos a avaliar essa situação”, explicou a ministra da Saúde.

A aplicação de “medidas, em princípio, obedece a uma periodicidade quinzenal”, mas o atual estado de calamidade dá “margem de manobra para agravar medidas se for necessário”, frisou a governante.

A decisão de colocar Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada em confinamento parcial foi explicada por Marta Temido pelo número de novos casos de Covid-19 nos últimos sete e 14 dias, a velocidade de crescimento da infeção, a pressão sobre os serviços de saúde e por se tratarem de zonas de elevada densidade populacional, risco de transmissão e incidência das mais altas do país.


A ministra da Saúde adianta que já existe um mapa de risco para a região Norte, para avaliar situação epidemiológica. “São esses mapas que norteiam a nossa tomada de decisão e podem ser revelados quando estivem mais estabilizados, e com maior cobertura do país”, sublinhou.

Segundo dados desta sexta-feira, há 63 escolas com surto de Covid-19 em todo o país. A ministra da Saúde foi questionada porque é que as escolas de Borba foram encerradas e não as de Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada.

Marta Temido responde que essa decisão varia consoante os contextos de cada concelho e das características da pandemia nesse local.

A decisão das autoridades de saúde pública é médica e é tomada em função de determinado contexto. Da mesma forma que é ilógico comparar decisões médicas, é ilógico comparar decisões de autoridades de saúde em contextos distintos.


Em Paços de Ferreira, Felgueiras e Lousada, concelhos que estão em confinamento parcial, as escolas não foram encerradas porque “o que queremos é controlar uma disseminação da infeção em termos de outros contextos”, nomeadamente convívios sociais e familiares.

“As autoridades locais sublinharam isso. A disseminação está muito associada a outros contextos que não o trabalho e a escola”, frisou.

Marta Temido salientou que "faz parte da nossa estratégia, e penso que está a ser bem-sucedida, não encerrar as escolas a não ser em casos extremos. Algo que a Organização Mundial da Saúde tem feito apelo. E hoje o Conselho Nacional de Saúde Pública fez esse apelo, quando disse para protegermos as crianças dos impactos indiretos da doença e um deles é a privação de ambiente escolar”.

Portugal registou o maior número de mortos diários de Covid-19, desde 24 de abril deste ano. De acordo com o boletim diário da Direção-Geral da Saúde, nas últimas 24 horas registaram-se mais 31 mortos e 2.899 infetados.

A 24 de abril deste ano, o país registou o número mais elevado de mortes durante esta pandemia, 37 em apenas 24 horas.

O Parlamento aprovou, esta sexta-feira, um projeto-lei do PSD que impõe o uso obrigatório de máscara em espaços públicos durante pelo menos 70 dias, medida que poderá ser renovada.

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