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Pandemia de Covid-19

Ordem dos Enfermeiros denuncia “cenário de catástrofe” no hospital de Penafiel

27 out, 2020 - 21:29 • José Carlos Silva , André Rodrigues , com Lusa

Na segunda-feira, quatro enfermeiros estiveram responsáveis por 115 doentes, 29 dos quais eram casos confirmados de Covid-19.

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A bastonária da Ordem dos Enfermeiros diz que se vive uma situação de extrema gravidade na área das doenças respiratórias no Hospital de Penafiel. Segundo a imprensa desta manhã, esta unidade já começou a transferir doentes para hospitais privados; entre eles, dez com Covid-19 que foram para o Hospital Escola Fernando Pessoa, em Gondomar.

Em causa o facto de, na última noite, terem estado ao serviço apenas quatro enfermeiros para 115 doentes, 29 dos quais infetados com a Covid-19.

Em declarações à Renascença, Ana Rita Cavaco descreve um quadro de rutura “que dura até hoje” e que não tem tido resposta por parte da administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).

“Estamos a falar de mais de 100 doentes para, apenas, quatro enfermeiros.

Ontem à noite, estava instalado o caos na urgência de Penafiel”, assinala a bastonária.

13 enfermeiros da Urgência de Penafiel estão infetados, “e numa equipa já reduzida isto é muito significativo”.

Ana Rita Cavaco constata o que diz ser “uma resistência em falar a verdade, em dizer o que se está a passar e, perto da meia-noite, assistia-se um cenário de catástrofe que tem de ser assumido”.

No entanto, este não será caso único no país: a bastonária da Ordem dos Enfermeiros fala de “saturação, quer de cuidados intensivos, quer de internamentos Covid” e considera “inadmissível que, numa altura como esta, depois de oito meses de pandemia, só agora o ministério da Saúde esteja a pedir, por exemplo, às ARS que fizessem um levantamento do número de enfermeiros especialistas em médico-cirúrgica, que são os que têm mais experiência em cuidados intensivos”.

“Tivemos, como disse, oito meses para nos prepararmos e não é agora em cima do pico que vamos conseguir preparar-nos”, remata Ana Rita Cavaco.

O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) presta apoio a cerca de 520 mil pessoas de uma região que inclui Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras, concelhos onde o Conselho de Ministros decretou dever de permanência no domicílio.

Na sexta-feira, o presidente do CHTS, Carlos Alberto Silva, garantiu que “não está em rutura”, revelando que contratou 130 profissionais devido à “pressão” da pandemia da Covid-19.

“O CHTS está debaixo de uma pressão muito grande, devido à grande incidência de infeções Covid-19 na região. Mas é um hospital do Serviço Nacional de Saúde pelo que, naturalmente, recorre à rede. Não está em rutura”, garantiu à agência Lusa o presidente do conselho de administração, Carlos Alberto Silva.

Também na sexta-feira a ministra da Saúde disse que há concelhos na região norte que “merecem maior preocupação” e estão a ser avaliados “muito concretamente” pelas autoridades de saúde.

E, no mesmo dia, em declarações à Lusa, o secretário de Estado Eduardo Pinheiro, que é também responsável pela coordenação da situação de calamidade na região Norte do país, disse à Lusa que, no caso do Tâmega e Vale do Sousa, a capacidade do hospital seria reforçada “já nestes dias”.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.371 em Portugal.


[Notícia atualizada às 23h30 com declarações da bastonária da Ordem dos Enfermeiros]

Comentários
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  • José Gaspar
    28 out, 2020 Leiria 18:19
    Senhora Bastonária da Ordem dos Enfermeiros e só agora é que viu que Portugal tem falta de pessoal de pessoal de Saúde? Aos anos que se arrasta a falta desses profissionais de Saúde onde andou todos estes anos? O mal deste País é a Saúde que nunca deveria ser partidarizada, uma vez que a Saúde é um direito que assiste a todos os cidadãos, mas por motivos políticos os partidos do arco da governação partidarizaram, assim como As ordens profissionais e sindicatos dos profissionais politizaram e continuam a politizar um bem pago por todos os contribuintes, é por isso que os cidadãos muitos deixaram de acreditar no SNS e nas ordens profissionais e sindicatos que são mais caixas de ressonância partidária

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