30 out, 2020 - 15:09 • Redação
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A região Norte é a que tem "maior pressão" nesta altura, mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS) reforçou o número de camas Covid-19 nos últimos dias, avança o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes.
“O SNS respondeu, está a responder e vai continuar a responder à pandemia e ao seu impacto. Em comparação com 15 de outubro, foram disponibilizadas ontem [quinta-feira] para doentes Covid mais 617 camas de enfermaria e mais 93 camas em unidades de cuidados intensivos (UCI) dentro do SNS”, disse o governante em conferência de imprensa de balanço da pandemia.
Portugal regista esta sexta-feira um novo máximo de casos e de mortes por Covid-19, avança a Direção-Geral da Saúde. Nas últimas 24 horas, morreram 40 pessoas e há mais 4.656 infetados com o novo coronavírus.
Desde a chegada da Covid-19 ao país, há um total de 2.468 mortes e 137.272 casos.
O número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) também atinge um novo recorde desde o início da pandemia. Há agora 275 pessoas em UCI, mais seis em comparação com o balanço de ontem.
Os dados de quinta-feira mostram que a taxa de ocupação em enfermaria de camas Covid-19 foi de 84% e 81% em cuidados intensivos, revelou hoje o secretário de Estado da Saúde.
Por região, a taxa de ocupação de camas em UCI é de 88% no Norte e de 84% em Lisboa e Vale do Tejo.
A taxa de ocupação de camas de enfermaria para doentes covid é de 89% no Norte e 82% em LVT.
Diogo Serras Lopes afirma que o “Norte é a região com maior pressão”, mas a capacidade está assegurada porque o sistema é “elástico e tem capacidade de expansão”.
“Na ARS Norte já existem doentes covid numa instituição de saúde privada que acionou convenção com a ARS Norte e recebeu doentes do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa”, sublinha o secretário de Estado.
O número de doentes internados em cuidados intensi(...)
Em relação à colaboração dos setores privado e social para acolher doentes covid e não covid, para reduzir a pressão sobre o SNS, Serras Lopes afirma que "não há uma questão de entrega ou não de planos. Há disponibilidade que pode ser importante do setor privado e social para doentes covid e não covid. Sempre trabalhámos com estes setores”.
Nos últimos sete dias, Portugal registou uma média diária de de 3.546 novos casos de Covid-19, face aos 2.363 e 1.711 em cada uma das duas semanas anteriores, afirma o secretário de Estado da Saúde.
"Estes números são claramente superiores aos verificados em março e abril deste ano e colocam pressão sobre o SNS, apesar da preparação realizada ao longo destes meses", frisa Diogo Serras Lopes.
No dia em que Portugal atinge um recorde de mortes, novos casos e doentes em cuidados intensivos, o secretário de Estado alerta que as próximas semanas vão ser difíceis e apela a todos os cidadãos que tenham o máximo de cuidado nos seus contactos para travar a pandemia.
Em relação a uma vacina para a Covid-19, Serras Lopes diz que o Governo está a par dos mais recentes desenvolvimentos e mostra-se "convicto e esperançoso que estão a ser dados bons passos para haver uma vacina entre final deste ano e princípio do próximo, em quantidades limitadas".
"Portugal faz parte da compra europeia de vacinas, é algo que aguardamos com expetaitva que se venha a concretizar", salienta.
Há planos de vacinação que "estão a ser delineados" e existem vários cenários em cima da mesa, que vão ser postos em prática consoante a disponibilidade de vacinas.
Em relação ao excesso de mortalidade em Portugal, confirmado esta sexta-feira pelo INE, o secretário de Estado não quer avançar conclusões e diz que "é algo que tem de ser estudado cuidadosamente, exige codificação das várias patologias inerentes aos óbitos e esses estudos demoram, têm que ser feitos de forma cuidadosa. Para já, tirar conclusões sobre este tema não tem enorme utilidade".
Questionado sobre o eventual cancelamento da corrida de MotoGP, marcada para novembro no Autódromo do Algarve, Serras Lopes não respondeu diretamente à questão, mas salientou que "a evolução da pandemia faz com que todas as medidas e todos os eventos sejam permanentemente avaliado e sejam tomadas as melhores decisões em função da evolução da pandemia”.